Fornecimentos de armas dos Estados Unidos a vários grupos de oposição na Síria irão causar o reforço das posições de alguns comandantes e a redistribuição de zonas de influência no campo da oposição, disse à agência Reuters o representante do Exército Livre da Síria (ELS) Abdel Ilah al-Bashir.
Ele expressou forte insatisfação por Washington estar enviando armas contornando os dirigentes do ELS.
Essencialmente, trata-se de uma briga banal entre diferentes grupos de oposição. Mas em si, esta briga revela certa tendência relativamente nova em táticas norte-americanas. Eis como comentou à Voz da Rússia as palavras do representante do ELS o presidente da Academia de Problemas Geopolíticos, Konstantin Sivkov:
“A declaração de al-Bashir não tem nada de surpreendente. O ELS já há muito não é capaz de resistir nem às forças do governo, nem aos outros grupos armados. Não é segredo que no movimento antigovernamental hoje são os elementos mais radicais que estão na frente. Eles são primeiramente a Frente al-Nusra, o Estado Islâmico do Iraque e do Levante, e a Frente Islâmica. Os Estados Unidos já entenderam isso há muito, e por isso eles, de fato, deixaram de apoiar o Exército Livre da Síria e começaram a flertar com os islamistas”.
No entanto, como se sabe, os Estados Unidos argumentam que estão apoiando apenas facções moderadas, e trata-se exclusivamente de assistência militar não letal. As palavras do representante do ESL finalmente desvendam esse mito. Além disso, eles também indicam um desequilíbrio gradual do sistema anti-Assad, que tem sido construída pelos Estados Unidos ao longo de todos os anos anteriores. O que foi que levou a esse resultado, explica o analista político sírio Ahmed Sawan:
“A Síria está conduzindo uma política bastante competente. Ela continua seguindo o curso de combate aos terroristas. Ao mesmo tempo, os dirigentes do país facilitam as coisas para aqueles que estão dispostos a entregar suas armas e voltar à vida civil. Além disso, como se sabe, Bashar Assad assinou um decreto de anistia. Ele abrangerá muitos daqueles que agora estão presos. Esta política está dando frutos. A Síria conseguiu resistir à ameaça terrorista. E as recentes eleições apenas confirmaram que o povo apoia o curso das autoridades atuais. E os chamados “Amigos da Síria”, bem como o protegido norte-americano Lakhdar Brahimi, que serviu como enviado especial da ONU e da Liga Árabe, compreendem isso perfeitamente. Eles veem que Damasco não só está derrotando os grupos terroristas, mas ao mesmo tempo esta destruindo os planos dos EUA para a Síria”.
No entanto, muitos diriam que o perito sírio está sendo injusto em relação a Brahimi. Afinal, a convocação de Genebra-2, ou seja o início de pelo menos algum diálogo entre o governo sírio e a oposição, pode ser considerado mérito justamente do diplomata argelino.
Até em sua entrevista recente à revista alemã Der Spiegel ele insistiu fortemente no diálogo, salientando que, caso contrário, a Síria poderia se tornar uma “nova Somália”. Assim, Brahimi foi um dos que tentaram impedir a implementação de um cenário militar na Síria, apesar de seus sucessos neste campo não terem sido impressionantes. Pois um acordo político, apesar dos melhores esforços de Brahimi, continua em dúvida.
Voz da Rússia
quarta-feira, 11 de junho de 2014
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Exército Livre da Síria desvenda planos dos EUA
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