Batalha entre as tropas ucranianas que avançam e os rebeldes apoiados pela Rússia, que prometem resistir, em Donetsk, ocorrem de forma intensa à medida que o governo ucraniano reforçava uma ofensiva nesta terça-feira para cercar os separatistas e se aproximava do local da queda do voo MH17, da Malaysia Airlines
DONETSK Ucrânia (Reuters) - Intensos combates entre tropas ucranianas e rebeldes pró-Rússia no leste do país mataram dezenas de civis, soldados e rebeldes, à medida que o governo do país reforçava uma ofensiva nesta terça-feira para cercar os separatistas e se aproximava do local da queda do voo MH17, da Malaysia Airlines.
Bombas atingiram o centro de Donetsk, cidade que antes da guerra possuía 1 milhão de habitantes e cuja população teme ficar encurralada no meio da batalha entre as tropas ucranianas que avançam e os rebeldes apoiados pela Rússia, que prometem resistir.
Em Bruxelas, autoridades da Europa se reuniram para discutir a imposição de amplas sanções a alguns setores da economia russa, medida que marcaria o início de uma nova fase na pior confrontação entre a Rússia e o Ocidente desde a Guerra Fria.
As forças ucranianas vêm expulsando os rebeldes em direção a seus dois principais redutos urbanos, Donetsk e Luhansk, e procuram cercá-los em vários lugares, incluindo numa área mais ampla onde o avião da Malaysia Airlines caiu em 17 de julho, matando 298 pessoas, na maioria, holandeses.
Em Donetsk, o corpo de um homem jazia sobre os escombros de um edifício de 10 andares fortemente danificado por bombardeios nos arredores do centro da cidade. A lateral do prédio ficou estilhaçada. Rebeldes no local recolhiam partes de corpos.
"Ali, esses são os 'separatistas' deles. Esse é o 'comandante rebelde' deles", disse uma mulher em torno dos 60 anos visivelmente abalada, enquanto apontava o corpo. "Eles estão matando moradores. Estão matando o povo, pessoas comuns."
Outra mulher de meia idade, que se identificou como Katarina, saiu correndo do prédio ao lado carregando duas sacolas. "Chega! Não consigo mais viver nesse corredor da morte!", disse ela. "Estou fugindo! Não sei para onde!"
CERCO
Autoridades municipais disseram que até 17 pessoas, incluindo crianças, foram mortas em combates na segunda-feira à noite na cidade de Horlivka, um reduto rebelde ao norte de Donetsk assolado por intensos confrontos entre forças rivais nos últimos dias.
Na cidade de Luhansk autoridades informaram que cinco crianças foram mortas quando bombas caíram em uma casa de repouso.
"O inimigo está lançando tudo o que tem na batalha para completar o cerco da república", disse a jornalistas na noite de segunda-feira o comandante rebelde Igor Strelkov, referindo-se à autoproclamada "República Popular de Donetsk".
Uma fonte rebelde em Donetsk disse que reforços, incluindo equipamento militar e combatentes chegaram através da fronteira com a Rússia, próxima do local. A Reuters não pôde confirmar a informação de maneira independente.
Líderes rebeldes insistem publicamente que Moscou não os está abastecendo. A Rússia também nega as acusações feitas por potências ocidentais de que esteja apoiando os rebeldes com armas e tropas.
Um porta-voz do Conselho de Segurança da Ucrânia, Andriy Lysenko, acusou a Rússia de bombardear alvos militares no território ucraniano através da fronteira para ajudar os rebeldes.
Líderes dos EUA e das principais potências europeias concordaram, por meio de uma teleconferência na segunda-feira, em impor sanções aos setores financeiro, de tecnologia e defesa da economia russa, mas até o momento têm evitado medidas que atinjam a economia russa de maneira mais ampla.
Um corredor humanitário iria ser aberto por seis horas nesta terça-feira em Luhansk para permitir que moradores fujam dos confrontos, mas autoridades disseram que não podem garantir sua segurança.
A ONU diz que mais de 100.00 pessoas já abandonaram o tumultuado leste ucraniano.
(Reportagem de Natalia Zinets e Gabriela Baczynska em Kiev, Aleksandar Vasovic em Donetsk)
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