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terça-feira, 8 de julho de 2014

O raiar da Novorossia

Azul - Crimeia/Sebastopol - Repúblicas da Federação da Rússia
Vermelho - Províncias disputadas
Vermelho escuro - Províncias atacadas da Novorossia

Compreendo e partilho a amargura e o ressentimento de todos que souberam hoje cedo que a Força de Defesa deixou Slaviansk. As notícias horrorizaram todos – os patriotas do “viva-viva”, os patriotas do “chora-chora” e até os figuras metidos a “analistas”.

Mas, agora, me façam o favor, ouçam uma pessoa que passou os últimos 45 dias em Slaviansk.

45 dias, dos primeiros, quando os primeiros postos de controle nos arredores da cidade estavam sendo instalados, até a cidade ser completamente cercada. Saímos de Slaviansk, pela rota ‘'de guerrilha'’ que contornava a cidade em meados de junho; horas depois, já havia ali um posto de controle do exército ucraniano. É isso: a cidade foi bloqueada de todos os lados. Suprimento para os soldados logo virou dor de cabeça gigante, incompatível com a vantagem tática.

Mas, apesar de todo o desespero que se percebe nas declarações públicas feitas por Igor Ivanovich, quando disse ao mundo que “só conseguiremos aguentar até 12 de julho”, tenho absoluta, total certeza, de que, se a Guarda-Nazista [Atenção: nosso informante NÃO DISSE “Guarda Nacional Ucraniana”] conseguir, lá pelo Dia de Ano Novo, entrar, afinal em Slaviansk, mesmo que a cidade esteja reduzida a uma panqueca de escombros, ainda haverá lá gente com rifles automáticos e lança-granadas para resistir contra as tropas ucranianas, de dentro dos porões que houver.

Na realidade, o destino de Slaviansk foi decidido em abril-maio, quando o monte Karachun foi tomado. É impossível conduzir defesa ativa e efetiva, se você enfrenta uma força estratégica dominante, implantada sobre toda a cidade, quilômetros de comprimento, tudo ocupado pelo adversário, com artilharia pesada. Nessas circunstâncias, a luta é impossível. É impossível lutar, se você não tem os meios militares. É impossível. Mas mesmo assim, sim, Igor Ivanovich e as Forças de Defesa conseguiram resistir.

Mais que isso: não só resistiram como, em apenas poucos dias, conseguiram acabar com qualquer interesse que aquele exército, várias vezes superior, tivesse, de engajar-se em combate contra as Forças de Defesa. A informação que tenho é que o exército ucraniano desistiu de tomar a cidade, no instante em que as Forças de Defesa entregaram a cidade de Semyonovka que tinham sob seu controle.

Não há dúvidas de que Slaviansk já é símbolo da “Primavera Russa”. Mais que isso, já fez história, e para sempre.

Mas o objetivo em Slaviansk era outro: a cidade atraiu para ela as forças efetivas do exército da Ucrânia. Com isso, permitiu a mobilização das Forças de Defesa em Lugansk e Donetsk.

[5/7/2014, Dmitry Steshin, Komsomolskaya Pravda, em: “Slavyansk is out of sight now…”, traduzido do russo para inglês por Gleb Bazov, (NTs)].

Concordo integralmente com essa avaliação de Dmitry Steshin.

Os rebeldes parecem bem treinados, bem organizados e bem motivados. Excelente exemplo é esse vídeo curto, dos morteiros 120mm dos rebeldes em ação:

As varetas-de-alvo [original “aiming stakes] estão abertas. Significa que há observadores avançados e um centro de direção de fogo. Os artilheiros nivelam os canos entre os turnos de tiro. Tudo isso exige treinamento e disciplina. Fiquei impressionado. Muitos dos líderes rebeldes e provavelmente quantidade considerável dos soldados rebeldes são veteranos de uma ou das duas guerras da Chechênia. As unidades do exército ucraniano não estão com o coração nessa luta. As unidades da Guarda Nacional (na maioria, os bandidos do Setor Direita e suas gangues) estão muito motivados pela “Operação AntiTerroristas” [orig. ATO], mas foram treinados para tumultos urbanos (na Praça Maidan), não para guerra de vários tipos de armamento.

Vladimir Putin

Por que Putin não iniciou sua operação de manutenção da paz para pôr fim à luta e ao massacre de civis? O Saker e muitos outros estão clamando por intervenção.

Há muitas razões lógicas para não intervir muito abertamente. Mas não creio que a ameaça de sanções e de uma nova guerra fria sejam fatores que estariam “contendo” Putin. Não. Putin é casca-grossa [orig. he is another hard hearted empath]. Ele sabe que a Novorossiya terá de ser forjada em fogo, se vier para sobreviver. Terão de querer e de estar dispostos a lutar por eles mesmos.

Igor Strelkov

Em abril passado, Igor Strelkov, ex-coronel das Forças Especiais de Defesa Nacional da Rússia, SPETZNAZ, e comandante militar dos rebeldes, reclamou que poucos se apresentaram para alistar-se nas Forças de Defesa. Isso mudou. Os rebeldes já são mais de 20 mil alistados. Os mineiros do Donbass levantaram-se contra seus patrões oligarcas e já desde junho começaram a alistar-se em grandes números.

Além disso, Putin despreza a “tendência” que o “ocidente” tem manifestado, pela chamada “responsabilidade de proteger” (R2P) sempre mediante interferência agressiva em assuntos de outros. Mas é claro que Putin se movimentará, se considerar necessário e quando considerar necessário.

Por hora, parece-me que Putin e seu governo estão cuidando de garantir o necessário apoio secreto aos rebeldes; e trabalham incansavelmente para obter o cessar-fogo e para construir solução política. Assim, vão criando condições para que uma nova nação – o Estado Federal de Novorossia, que quer implantar-se de Carcóvia até Odessa e Transnistria – nasça, afinal, por vida própria.

Redecastorphoto

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