Via Opera Mundi
País sul-americano sustenta que são ilegais as decisões dos tribunais norte-americanos no episódio dos fundos especulativos que detêm os bônus da dívida
A Argentina apresentou nesta quinta-feira (07/08) uma denúncia contra os Estados Unidos na CIJ (Corte Internacional de Justiça) de Haia, na Holanda. O governo argumenta que as decisões judiciais adotadas por tribunais norte-americanos no caso das ações dos fundos especulativos (os chamados "fundos abutre") violam sua soberania nacional.
O documento apresentado no tribunal internacional alega que a Argentina sofreu uma "violação de suas imunidades soberanas" e da "obrigação internacional de não aplicar ou estimular medidas de caráter econômico e político para forçar a vontade soberana de outro Estado".
Após o anúncio da denúncia na CIJ, o juiz norte-americano Thomas Griesa convocou uma nova audiência para amanhã (08) entre o governo argentino e os fundos especulativos para "tratar das afirmações recentes da República da Argentina".
A contenda jurídica internacional faz menção à decisão de primeira instância do juiz Thomas Griesa — ratificada em segunda instância e avalizada pela Suprema Corte dos EUA —, determinando que a Argentina deveria pagar integralmente a dívida com os fundos Aurelius Management e NML Capital, uma unidade da Elliott Management, do bilionário Paul Singer. São estes os denominados "fundos abutres", detentores de bônus da dívida do país sul-americano que rejeitaram os termos de sua restruturação de 2005 e 2010.
O prazo estipulado para a negociação da dívida com os detentores de bônus da dívida venceu na semana passada, sem que houvesse um acordo. A presidente argentina, Cristina Kirchner, nega que o país viva uma situação de "calote técnico", ou "seletivo", como está sendo classificada a manobra. “Oferecemos 300% de lucro e não quiseram. Querem a sentença usureira que dá 1600%”, disse.
Além da estratégia jurídica de recorrer à CIJ, o ministro da Economia argentino, Axel Kicillof, já havia reclamado ontem pedindo que Barack Obama "coloque limites" ao juiz Griesa, queixando-se também da "falta de segurança jurídica" nos Estados Unidos.
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