De olho nas ameaças emergentes e em meio a um ambiente de orçamento limitado, sendo consumido em grande parte pelo alto custo do programa F-35, a Força Aérea dos EUA (USAF) já estuda que a “sexta geração” poderia ser em termos de capacidade de domínio do ar para a força.
O brigadeiro Mike Hostage, comandante do Air Combat Command, se disse indiferente sobre a próxima geração de caças da USAF ser tripulada ou não, ou até mesmo formada por caças. “Não será necessariamente um outro caça monoposto”, disse durante um encontro em 29 de julho em Washington. “Se é a tecla enter do teclado que faz com que todos os adversários caiam no chão, eu estou bem com isso”.
Por causa da natureza “tortuosa” do processo de aquisição, “já estamos atrás da linha para conseguir algo na rampa”, disse ele. “Acredito ser existencial a construção da frota do futuro.” Hostage diz que está disposto a aceitar o risco nesse ínterim, deslocando dinheiro de modernizações de caças já existentes para proporcionar capital inicial para o chamado sistema de sexta geração. Isso inclui o descarte do programa CAPES (Combat Avionics Programmed Extension Suite) e de trabalhos estruturais nos F-16 que deverão permanecer na frota, apesar da redução.
Este sistema de “sexta geração” é assim apelidado como uma sequência da “quinta geração” em termos de furtividade, velocidade e aviônicos/fusão de sensores, atualmente oferecidos pela dupla F-22 e F-35. Ela terá de operar com a próxima aeronave de bombardeiro de longo alcance, cujo pedido de propostas a Força Aérea emitiu recentemente para 80-100 aviões furtivos, de acordo com o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, brigadeiro Mark Welsh. Isso dá início a uma competição entre uma equipe Boeing/Lockheed Martin com a Northrop Grumman, com o objetivo de fornecer uma aeronave por um preço unitário igual ou inferior a US$ 550 milhões.
Ainda assim, toda frota de quinta geração vislumbrada pela Força Aérea permanece indefinida. Restrições de voo no F-35 são ações de “curto prazo”, e Hostage não acha que o problema com o motor comprometerá o estabelecimento da IOC (capacidade operacional inicial) da Força Aérea, planejado para agosto de 2016.
O incêndio que originou o ‘groundeamento’ de toda a frota por três semanas, seguiu-se pela definição de um envelope de voo limitado para todas as três variantes da aeronave. Durante duas semanas, os jatos voaram em um envelope limitado, dificultando o progresso dos ensaios em voo, incluindo os lançamentos de armas necessárias para o Corpo de Fuzileiros Navais, que pretendem declarar a IOC da versão F-35B em um ano. Aeronaves operacionais estão limitadas a velocidades de 0,9 Mach e -1 a 3g em aceleração normal. Jatos de ensaios em voo foram liberados para 1,6 Mach e -1 a 3,2 g sob as diretrizes recentemente relaxadas.
Hostage reconhece que o compartimento de armas dos caças de quinta geração de hoje – o F-22 e o F-35 - é restritivo. Cada um pode levar apenas um máximo de oito SDB (Small-Diameter Bomb – bomba de pequeno diâmetro). A física limita as opções de armas para essas aeronaves, como o projeto furtivo requer pequenas baias internas de armas.
Hostage sugeriu, no entanto, que o Pentágono está financiando esforços secretos para maximizar o poder de fogo. Em um ponto, o serviço prosseguiu o chamado Joint Dual-Role Air Dominance Missile (JDRADM), destinado a combinar as capacidades ar-ar do míssil AMRAAM com as capacidades de ataque antirradar dos mísseis HARM. Esse projeto naufragou, mas algumas fontes sugerem que a pesquisa possa ter continuado como um programa secreto.
E é provável que a Força irá buscar opções de energia dirigida para o sistema de sexta geração. “Desenvolvimentos surpreendentes na arena (de energia dirigida) ” foram feitos e esta tecnologia “é uma grande promessa”, disse Hostage. Ele não forneceu detalhes e acrescentou que não está claro ainda se as capacidades de energia dirigida estarão suficientemente maduras para implantação nos sistemas de sexta geração.
Energia dirigida é uma das cinco áreas destacadas pela Força Aérea dos EUA como itens de investimento para a frota do futuro. Esta também inclui veículos aéreos não tripulados, nanotecnologia, tecnologia hipersônica e automação. Estas cinco categorias estão incluídas no documento “Força Aérea dos Estados Unidos: A Call to the Future”, que traça um quadro estratégico de como o orçamento da força será investido nas próximas décadas.
FONTE: Aviationweek (tradução e adaptação do Poder Aéreo a partir do original em inglês)
IMAGENS: Boeing e USAF (meramente ilustrativas)
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