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terça-feira, 5 de agosto de 2014

China responderá ao sistema de defesa antimíssil dos EUA

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A China prepara uma séria resposta aos planos dos EUA de desdobrar um sistema estratégico de defesa antimíssil para a Ásia, escreve o cientista político Vladimir Evseev ao comentar o desenvolvimento do míssil balístico intercontinental Dongfeng-41 (DF-41) de terceira geração pela China.

O perito prognostica ainda a elaboração de tecnologias chinesas de mísseis balísticos de baseamento submarino como reação à atividade sem precedentes da República da Coreia nesta esfera.
China está desenvolvendo um novo míssil intercontinental balístico, capaz de carregar 12 ogivas nucleares. Estima-se que o míssil possa atingir alvos a uma distância superior a 12 mil quilômetros. Mas não são apenas esses parâmetros que tornam o míssil um dos mais potentes no mundo, considera Vladimir Evseev:
“A China também desenvolve um análogo dos mísseis russos de superação da defesaantimíssil. Este acontecimento terá um sério efeito. Se a China já é capaz de realizar aquilo que a Rússia tem, neste caso será muito difícil intercetar seu míssil tanto na fase de voo fora da atmosfera, como durante a entrada na atmosfera até uma altitude de aproximadamente 60 quilômetros. A seguir, resta pouco tempo de voo, o que dificulta muito a interceção. Deste ponto de vista, a China poderá aumentar a eficácia de superação do sistema americano de defesa antimíssil. Esta será uma séria resposta aos planos dos EUA de desenvolver um sistema estratégico de defesa antimíssil, cujos componentes se encontram no Alasca e na Califórnia. O Japão e a Coreia do Sul são incluídos também no sistema”.
O míssil balístico de terceira geração é mais um atributo da China como potência mundial. Seu alcance é suficiente para atingir alvos no território dos Estados Unidos. Além disso, este míssil tem uma reserva muito alta de energia, o que permite aumentar o número de ogivas, diminuindo seu alcance, ou instalando no míssil alvos falsos e meios de superação da defesa antimíssil.
Hoje, a Ásia está envolvida numa nova volta da corrida aos mísseis iniciada pela Coreia do Sul e não pela China, afirma Vladimir Evseev. O perito fez lembrar que Seul está desenvolvendo seu próprio sistema de defesa antimíssil, pode construir mísseis com um alcance de até 800 quilômetros e capazes de carregar ogivas nucleares. Além disso, a Coreia do Sul não enfrenta quaisquer limitações para construir mísseis de cruzeiro de baseamento aéreo e aparelhos voadores pesados não tripulados.
“Atualmente, é nomeadamente a República da Coreia que avança na esfera de tecnologias de mísseis. A China vai responder também a esses passos. Quanto à rivalidade entre os EUA e a China, ela é mais equilibrada, não tendo tais avanços evidentes, embora seja muito importante para a China dominar as tecnologias de mísseis de baseamento submarino. Refiro-me aos mísseis balísticos destinados a submarinos. A China enfrenta problemas referentes não apenas aos próprios mísseis, mas também à garantia do funcionamento de seus submarinos atômicos, em particular no que diz respeito aos sistemas de navegação. O progresso nessa esfera aumentará as possibilidades da China, permitindo-lhe responder a um eventual golpe”, destaca Evseev.
Cada novo passo na confrontação entre os EUA e a China na esfera de mísseis provoca uma reação de cada parte. Ao mesmo tempo, essa corrida está envolvendo cada vez mais países asiáticos.
Para além das Coreias, o Paquistão e a Índia também estão aperfeiçoando constantemente as caraterísticas balísticas de seus mísseis. A Ásia transformou-se no líder mundialincondicional nessa esfera, o que aumenta os riscos de utilização destas armas.

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