A situação se está desenvolvendo da seguinte forma. O exército ucraniano está cercado em vários locais. O território da autoproclamada República Popular de Donetsk está hoje praticamente liberada dos militares. Na zona da operação antiterrorista que Kiev está executando surgiram logo três cercos: as tropas de Kiev não se conseguem liberar nas áreas de Amvrosievka, Ilovaisk e Elenovka. Na área de Ilovaisk foi cercado o batalhão punitivo Dnepr-1. Parte de outro batalhão, o Dnepr-2, também foi cercada. A 25ª brigada aerotransportada está atravessando graves dificuldades. Ela sofreu pesadas baixas com mais de 100 mortos e 500 de feridos. Além disso, segundo dados das milícias, foram cercados o estado-maior do 8º corpo de exército, três brigadas mecanizadas, a 95ª brigada aerotransportada, os batalhões Aidar, Donbass, Shakhtersk, batalhões da guarda nacional e outras unidades.
A liderança da República Popular de Donetsk propõe aos militares cercados que cessem a resistência. Os que depuserem as armas serão entregues ao Comitê ucraniano das Mães dos Soldados ou a familiares, se lê no comunicado. Aos que se renderem será garantida a vida e segurança. Os restantes não terão quaisquer hipóteses: eles serão aniquilados e a responsabilidade pelas baixas será dos generais e dos oficiais das estruturas militares ucranianas. Já mais de uma centena de militares ucranianos levaram a sério o apelo dos milicianos. A maioria dos que se renderam pertencia sobretudo às unidades cercadas em Amvrosievka, compostas por cerca de 7 mil elementos.
Entretanto foram conhecidos novos êxitos do exército da República Popular de Donetsk. Na manhã de 27 de agosto as suas unidades conseguiram expulsar o exército das oficinas ferroviárias de Ilovaisk e os militares abandonaram a cidade. Simultaneamente as milícias estão realizando uma ofensiva contra as posições dos militares no sul do Donbass se aproximando diretamente de Mariupol. Segundo as fontes, a cidade está sendo rapidamente abandonada, não apenas pelas tropas que aqui se encontram, mas também pelos representantes das autoridades ucranianas. É precisamente em Mariupol que está sediada a Administração de Donetsk chefiada pelo bilionário Taruta – um ardente defensor da solução de força para o “problema do Donbass”.
As milícias têm o controle total de uma posição estratégica, a de Saur-Mogila. Essa posição elevada foi disputada ao longo de mais de duas semanas. Graças à sua conquista, os milicianos obtiveram a possibilidade de criar um cerco adicional aos militares. No total, foi libertado das forças do exército todo o território das repúblicas de Donetsk e de Lugansk ao longo da fronteira com a Rússia até ao mar de Azov.
Entretanto, entre os militares é visível o começo de uma divisão. Os soldados controlados por Kiev se recusam a cumprir ordens criminosas. Já o comandante Semenchenko, do batalhão Donbass, indignado com a incompetência dos comandantes de Kiev, apela aos seus apoiantes para marcharem sobre o Ministério de Defesa da Ucrânia.
Regressemos aos resultados do encontro de Minsk. Jornalistas perguntaram ao presidente da Rússia se nas conversações foi abordado o “plano de paz de Poroshenko”. A resposta de Vladimir Putin foi negativa. De acordo com o presidente, a Rússia não pode falar sobre quaisquer condições para um cessar-fogo e sobre possíveis acordos entre Donetsk, Lugansk e Kiev. Isso é um assunto interno da Ucrânia. A Rússia não é parte do conflito e apenas pode colaborar na criação de um clima de confiança.
Voz da Rússia
Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_08_27/Donbass-da-defensiva-ofensiva-5740/
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