James Wright Foley – Jornalista e cidadão norte-americano assassinado brutalmente por um jihadista ISIS (Islamic State in Iraq and Syria) - Homenagem: Plano Brasil
Segundo Observatório Sírio, pelos menos 300 fundamentalistas foram mortos nos últimos três dias. Em áreas dominadas por jihadistas, pessoas estão sendo crucificadas por supostamente apoiarem o governo em Damasco.
As Forças Armadas sírias vêm reforçando os ataques ao grupo terrorista sunita “Estado Islâmico”, impondo-lhe significativas perdas. Segundo o diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos, Rami Abdel Rahman, mais de 300 combatentes do EI foram mortos ou feridos em bombardeios sírios nos últimos três dias, apenas na região em torno do aeroporto de militar de Al Tabqa, na província de Al Raqqa, nordeste do país.
A imprensa síria, por sua vez, contabiliza a morte de pelo menos 150 jihadistas em confrontos desde a terça-feira. Neste sábado (23/08), um integrante do “Estado Islâmico” se detonou com um carro-bomba na entrada do aeroporto, numa tentativa de invadir o prédio que fracassou, informou o observatório.
Também houve perdas do lado das tropas de Damasco. Estrategicamente importante, o aeroporto militar é considerado o último bastião do regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, na província de Al Raqqa, e há dias os jihadistas tentam tomá-lo. Segundo o observatório, os extremistas convocaram reforços da província vizinha Dair as-Saur e do Iraque, para esse fim.
Execuções públicas
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos relata, ainda, que no leste da Síria os militantes do EI executaram publicamente pelo menos 18 pessoas. Algumas foram crucificadas locais centrais, por supostamente apoiarem o regime Assad.
A maioria das execuções ocorreu nas províncias de Al Raqqa e Dair as-Saur, que estão quase completamente controladas pelos extremistas. Eles dominam grandes áreas no norte e no leste da Síria, onde regularmente aplicam punições com base na sharia, a lei tradicional islâmica.
Em declarações recentes, Washington afirmou estar preparado para uma intervenção na Síria, caso haja ameaça à segurança de cidadãos americanos ou aos Estados Unidos. “Se virmos uma conspiração contra americanos, ou uma ameaça aos Estados Unidos, independentemente de onde ela venha, estamos preparados para lutar contra essa ameaça”, afirmou o vice-consultor nacional de segurança, Ben Rhodes. Sua mensagem aos terroristas é: “Se vocês atacarem cidadãos americanos, nós também vamos atacar vocês, onde quer que estejam.”
Intervenção na Síria
Rhodes acredita que a luta contra o chamado “Estado Islâmico” ainda vai durar muito tempo e precisa contar com a participação de parceiros regionais e internacionais. Ele ressalta que a milícia terrorista tem raízes profundas na região.
“Ela existe há pelo menos dez anos”, lembra Rhodes. “Vai levar ainda um bom tempo até ser aniquilada.” Em sua opinião, uma intervenção contra os jihadistas precisaria envolver tanto o Iraque quanto a Síria.
Há poucas semanas, o presidente americano, Barack Obama, autorizou ataques aéreos limitados no norte do Iraque, a fim de apoiar as milícias curdas na tentativa de frear o avanço dos radicais na região. Até agora, porém, Obama tem descartado intervenções militares diretas na Síria. Observadores acreditam que a execução brutal do jornalista americano James Foley pelo Estado Islâmico poderá levar os Estados Unidos a mudarem de ideia.
Reforço vem da Europa
Ao que tudo indica, grupos terroristas islâmicos do Oriente Médio vêm ganhando popularidade na Europa. De acordo com reportagem do jornal alemão Bild, que ouviu fontes da área de segurança, cerca de 4 mil jovens de vários locais da Europa – entre eles, mais de 400 alemães – foram para a Síria e o Iraque participar dos combates.
A grande maioria deles, 2.600, se associou ao EI. O restante filiou-se a outros grupos terroristas, como a Frente Al Nusra, a Al Qaeda e outras milícias menores.
Autoridades de segurança consideram o “Estado Islâmico” a “organização terrorista mais forte do mundo em termos financeiros, militares e de pessoal”. O grupo teria cerca de 20 mil combatentes armados, boa parte deles bem treinada, e apresentando comportamento “de extrema brutalidade”. Essa brutalidade atrai ainda mais simpatizantes.
MSB/dpa/afp/edp
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