Instalação no aeródromo de Baranovitchi fortalece o sistema regional de defesa antimíssil.
Uma base aérea russa será instalada no aeródromo bielorrusso de Baranovitchi, em 2015. Por enquanto, somente alguns caças russos SU-30SM3 conduzem rotativamente a patrulha aérea no local, e a partir do ano que vem serão 24 aviões, praticamente um regimento aéreo completo. As aeronaves irão dispor de toda a infraestrutura necessária: pessoal especializado, radar, sistemas de combustível e reabastecimento aéreo, armazenamento de munição, torre de controle, complexo de operação técnica e manutenção de armas, entre outros.
A criação da base aérea russa em Belarus foi anunciada no ano passado. O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, falou sobre isso em visita a Minsk, depois de uma reunião com o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko. O ministro explicou a instalação pela necessidade de reforçar substancialmente o sistema de defesa aérea bielorrussam, por meio do fornecimento ao país irmão de quatro novas divisões do sistema de mísseis de defesa aérea S-300PMU Favorit. Na época, falava-se sobre a instalação do regimento de aviões de caça em Baranovitchi, como parte indispensável do sistema único russo-bielorrusso de defesa aérea regional, que é composto por unidades de radar, unidades de defesa antiaérea e caças.
Para instalar a base aérea russa em Belarus é necessário assinar um acordo intergovernamental, que ainda está sendo preparado. O acordo precisa ser ratificado pelos parlamentos dos dois países, receber a assinatura dos presidentes, e só então, depois da publicação na imprensa, ele entra em vigor. No entanto, a fim de não se perder tempo, a reconstrução e a modernização do aeródromo de Baranovitchi já estão em curso, para que, quando todos os documentos legais necessários estiverem prontos, a base possa receber o regimento aéreo sem atraso.
Resposta à Europa
Pavel Zolotarev, vice-diretor do Instituto EUA e Canadá da Academia Russa de Ciências, PhD em ciências técnicas e general-major reformado, acredita que a instalação do regimento aéreo no aeródromo de Baranovichi é uma reação natural ao avanço da OTAN para o leste, bem como aos planos de implantação de elementos do sistema de defesa antimísseis americano na Polônia, e à criação da infraestrutura militar da OTAN também na Polônia e nos países bálticos, incluindo a realocação de 12 caças de países da OTAN ao aeródromo de Zokniai, em Shauliaem. Tais aviões conduzem a patrulha aérea no mar Báltico e podem ser armados com bombas atômicas de queda livre B61. Duzentas peças dessas bombas estão em bases europeias em cinco países: Alemanha, Bélgica, Itália, Holanda e Reino Unido.
“É verdade que dificilmente a situação chegará até a utilização dessas bombas, e eu não ligaria a nossa base aos aviões em Shauliaem. Mas, como meio de oposição ao sistema de defesa antimíssil na Polônia, o regimento aéreo russo em Baranovitchi é, em minha opinião, uma ótima solução”, disse o general.
Gesto político
Aleksei Moskovski, ex-chefe de armamentos das Forças Armadas da Rússia, vice-ministro da defesa da Rússia (2001-2007), doutor em ciências técnicas e general do exército, declarou que a criação da base aérea russa em Baranovitchi ressalta a união irmã política, econômica e militar da Rússia e de Belarus e significa o aumento da importância da Organização do Tratado de Segurança Coletiva, do qual fazem parte, além da Armênia, Cazaquistão, Tajiquistão, Quirguistão, Rússia e Belarus.
Moskovski ainda sublinhou que é uma demonstração de que, apesar do fato de Moscou e Minsk terem certas divergência em relação à proteção de suas fronteiras e interesses nacionais, eles são um e inseparáveis. A base aérea russa em Baranovitchi, de acordo com o general do exército, tem um significado mais político do que militar.
Além dos aspectos políticos e militares da instalação da base russa em Baranovitchi, existem considerações puramente práticas. O aeródromo dessa cidade bielorrussa está localizado perto do local onde são consertados caças SU-27, bem como bombardeiros TU-22. Nesta área, recentemente realocaram a 61ª base de aviação da força aérea e defesa antiaérea das forças armadas bielorrussas, que inclui o regimento aéreo de caças SU-27 e o regimento de bombardeiros pesados de aviões TU-22, tornando desnecessário trazer de longe especialistas em manutenção dos SU-30SM3 russos.
Gazeta Russa
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