A China vê sobretudo sua marinha como o principal fator para fazer frente aos EUA, comentou o início das negociações para fornecimento à China de submarinos convencionais Amur o capitão de mar e guerra na reserva e doutor em ciências militares Konstantin Sivkov. Essa informação foi pela primeira vez confirmada oficialmente no dia 12 de agosto pelo diretor da Rosoboronexport Anatoli Isaikin.
Anteriormente tinha sido divulgado que a marinha indiana tinha encomendado à Rússia dois submarinos diesel-elétricos da classe Amur (projeto 677). As negociações para a sua venda ou arrendamento decorreram em Nova Deli com a participação da Rosoboronexport, confirmou o jornal Defense News.
A China ainda não anunciou quantos submarinos Amur gostaria de comprar, explicou Anatoli Isaikin. Também não há prazos definidos para a assinatura do contrato de fornecimento. Moscou e Pequim estão neste momento acordando a componente técnica dos submarinos.
Entretanto Konstantin Sivkov considera perfeitamente normal que a China e a Índia estejam interessadas nos Amur russos:
“O Amur representa realmente, pelas suas características, um passo a frente. Pelas suas capacidades de combate ele é superior aos submarinos chineses do projeto 877 em sua versão para exportação. Como nós vendemos desses submarinos à Índia, a China gostaria naturalmente de ter uns iguais. Não tanto para manter o equilíbrio com a Índia. Os Amur russos são mais eficazes que o 877 chinês no combate a submarinos norte-americanos. Eles são capazes de destruir submarinos estadunidenses da classe Los Angeles, e mesmo da classe Virginia, com maior eficácia e a uma distância bastante superior. Eles são furtivos e debaixo de água são praticamente silenciosos. Ou seja, praticamente não dão indícios que permitam aos submarinos detectá-los. Assim, eles efetuam um ataque antecipado, o que em guerra naval praticamente garante a destruição de um submarino inimigo.”
A Índia também não possui submarinos da classe Amur e por isso ela, tal como a China, associa o aumento do seu potencial naval à aquisição de submarinos russos. Neste caso o lado indiano pretende mesmo renunciar à realização do concurso público, que é tradicional nestes casos. O Ministério da Defesa da Índia se declarou preocupado com a redução da capacidade de defesa do país e por isso pretende recuperar terreno através de uma encomenda “rápida” à Rússia sem recorrer a concurso.
Neste momento a Índia possui 14 submarinos, enquanto a China dispõe de mais de 60. Em 2012 a Índia alugou da Rússia o submarino nuclear K-152 Nerpa. Na Índia ele foi rebatizado de INS Chakra. Segundo a avaliação de Konstantin Sivkov, o Chakra é consideravelmente superior aos submarinos chineses, que são mais ruidosos. Mas, na opinião do perito militar, a China e a Índia não irão ser adversários no mar:
“A China não irá neste momento pensar em competir militarmente com a Índia. A marinha chinesa atualmente já tem um potencial militar bastante superior ao da marinha de superfície da Índia. A força naval chinesa está sendo aumentada através da construção maciça de contratorpedeiros 052 e fragatas 056. Pelo seu potencial ela é superior às forças de que dispõe a Índia. A marinha chinesa é consideravelmente mais poderosa que a indiana. A China vê a sua marinha de guerra como o principal fator de oposição aos EUA e não como uma resposta a uma ameaça por parte da Índia.”
Além da sua função principal, que é a de destruir submarinos, o Amur pode realizar bombardeios com mísseis de alvos terrestres com seis mísseis a cada salva. Entretanto, o Amur não se destina a ser equipado com sistemas antimísseis. A China não possui sistemas antimísseis de baseamento submarino.
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