A Porto Union é uma associação que reúne várias empresas portuguesas presentes na Rússia. A associação apareceu aqui em 2011, importando azeite, bolachas, azeitonas e também produtos de charcutaria. Segundo o diretor executivo da associação, Miguel Vasco, a Rússia gosta dos produtos portugueses:
“É um negócio que tem sido bastante sustentável. Todos os meses nós ganhamos distribuição, e o consumidor russo interessa-se pelo produto português, que é um produto de qualidade, ao nível dos mercados mais desenvolvidos de charcutarias. E nós também estamos muito satisfeitos com o desenvolver da nossa atuação na Rússia”.
A tarefa maior, segundo Vasco, não é só vender alimentos, é importante também fazer o possível para o desenvolvimento de boas relações entre os países em diversos planos. Hoje em dia, se fala muito em cultura gastronômica, porque as tradições alimentares de um país também fazem parte da sua cultura. E em 2013, a Porto Union conseguiu unir diferentes espécies de cultura em um evento, a exposição Prodexpo 2013:
“A Rússia, sem dúvida, é um mercado importante e em que nós temos investido bastante. Estamos sempre presentes na Prodexpo e na World Food. Temos também conseguido trazer para Rússia artistas de renome, como Mariza ou Dulce Pontes, que destacam também a marca Portugal, o que é muito relevante. E enfim, temos conseguido que hoje temos mais de 70 produtos à venda ou em distribuição na Rússia”.
Neste ano, o grande problema que se impõe no comércio internacional são as sanções europeias e estadunidenses contra a Rússia. As restrições “tiveram um impacto relativamente pequeno” na Porto Union, segundo o seu diretor executivo. A charcutaria e os queijos não eram os itens de exportação mais relevantes para a empresa. Mas os especialistas tentam encontrar a possibilidade de tornar os queijos e a carne curada portuguesa serem acessíveis para os consumidores russos.
De modo que a situação atual é um pouco tensa, mas não muito preocupante. Contudo, existe certo perigo de novas sanções, algo que Miguel Vasco não deseja:
“Eu acho que se não houver mais sanções, nós vamos desenvolver o nosso negócio como um mercado normal e natural em crescimento. Se houver mais sanções que impactem diretamente os nossos produtos, então seremos afetados, vai ter um impacto relativamente grande. Tentaremos encontrar outras origens para substituir os produtos que forem proibidos. Eu sinceramente desejo que não haja mais sanções, nem de um lado, nem do outro, porque elas prejudicam muito quer o negócio a curto prazo, quer todo o desenvolvimento das relações Rússia-Europa, neste caso Portugal, e também as de longo prazo, porque os consumidores efetivamente querem produtos de alto nível. Esquece-se todo o trabalho de apresentação, de mostras, isso ficará perdido, porque o consumidor deixa de considerar relevante o nosso produto”.
As restrições russas sobre as importações alimentares provenientes dos países foram uma medida adotada como resposta às sanções europeias. Hoje, há discussões sobre a possível introdução de novas sanções por parte da Europa, mas, pelos vistos, uma “guerra de sanções” não é muito provável.
Voz da Rússia
Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_09_20/Exportadores-portugueses-nao-querem-mais-sancoes-0133/
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