O sistema portátil de mísseis de defesa aérea Verba, desenvolvido pela Oficina de Engenharia de Instrumentação da holding Sistemas de Precisão, foi entregue a uma das divisões das tropas aerotransportadas e à brigada de infantaria motorizada do Distrito Militar do Leste. Ele deverá substituir os sistemas da geração anterior que estão atualmente a serviço do exército, o Igla-S.
Drones e mísseis de cruzeiro
“Os Verbas serão entregue não apenas nas brigadas de infantaria e tanques. Eles vão ser adquiridos também pelas Forças Aerotransportadas, bem como pelos fuzileiros navais. Pretendemos substituir na totalidade os Iglas. No entanto, não posso precisar ainda o momento exato da substituição completa”, disse um porta-voz do Ministério da Defesa russo.
A mesma fonte disse ainda que não está excluída a possibilidade de, num futuro próximo, os novos sistemas complementarem o arsenal da marinha de guerra e que surjam modelos sobre rodas ou lagartas.
A principal diferença entre os Verbas em relação à geração anterior está na cabeça de orientação automática (COA) com comando óptico multiespectral de orientação térmica. Graças à ela é possível distinguir o alvo dos chamarizes térmicos passivos, que são atualmente elementos obrigatórios dos sistemas de defesa não apenas dos caças-bombardeiros, helicópteros e aviões de ataque, mas também de aviões e helicópteros de transporte.
“Agora, os novos sistemas com COA multiespectral estão sendo adquiridos em grande número pelas Forças Armadas dos Estados Unidos e da França. Por enquanto, esses mísseis não estão sendo exportados”, diz o especialista militar independente e um dos autores do livro “Tanques de Agosto”, Anton Lavrov.
O míssil Verba consegue enxergar o alvo em três espectros. Por isso, pode distingui-lo mesmo em caso de uso dos chamados projetores a laser, o que permite detectar e atingir alvos com baixa radiação térmica, tais como veículos aéreos não tripulados e mísseis de cruzeiro.
Ataque frontal
A maioria dos sistemas portáteis de mísseis de defesa aérea estrangeiros só funciona bem em rota de perseguição, quando a aeronave já sobrevoou a posição do operador e o míssil é disparado só depois de ele passar, orientando-se pela emissão térmica dos motores. O Verba russo com o míssil 9m336 consegue, ao mesmo tempo, “pegar” o inimigo que vem de frente. Nesse caso, a COA óptica multiespectral capta não o calor emitido pelo motor da aeronave, mas aquele que resulta do aquecimento das asas e fuselagem em sua resistência do ar.
“Além da nova cabeça de orientação automática, o Verba russo também se distingue do Igla por suas características de desempenho superiores, mais especificamente no alcance e na altitude de derrubada dos alvos”, diz o representante do Ministério da Defesa russo.
Segredo
Por enquanto, a maioria das características reais da novidade permanece em segredo. Mas pelos relatos já expressos na mídia, o míssil do novo Verba é capaz de atingir um alvo a uma distância de 6,5 km e a uma altitude na ordem dos 4,5 km. O Igla consegue “pegar” o alvo quase à mesma distância, mas a uma altitude de apenas 3,5 km.
Os novos aparelhos, com a ajuda do terminal de sistema automatizado de controle (SAC), fornecido com o conjunto, podem ser utilizados individualmente e como parte da bateria. Graças ao SAC, o comandante que recorre não apenas aos dados de radares terrestres mas também a aeronaves com Sistema Aéreo de Alerta e Controle para obtenção de dados complementares, consegue ver antecipadamente os alvos e distribuí-los entre os operadores em modo automático também de antemão.
“Por enquanto, apenas as forças armadas dos Estados Unidos e da França possuem sistemas com características de desempenho semelhantes, equipados com piloto óptico de orientação multiespectral. Eles são também utilizados em combinação com o sistema automatizado de controle das tropas. Por outro lado, o Verba russo ainda é superior aos homólogos estrangeiros por suas características de desempenho”, diz Anton Lavrov.
Nenhum comentário:
Postar um comentário