A preocupação da Índia se dá ao fato de que os russos não explicam os motivos pelos quais o protótipo da aeronave pegou fogo durante uma demonstração de tecnologia no início deste ano, e de não responderem a outras dúvidas técnicas levantadas. Na verdade, o Ministério da Defesa é bastante cético sobre relatos da Rússia do contrato do projeto final para a próxima geração de caças de combate.
Nova Deli está particularmente irritada com o fato de que a apesar de ser um parceiro com igual participação no projeto FGFA (Fifth Generation Fighter Aircraft) em termos de contribuição financeira, Moscou não compartilha os detalhes técnicos sobre o caça stealth PAK-FA, na qual a versão indiana está baseada.
A versão indiana, chamada de Prospective Multi-Role Fighter (PMF), é quase idêntica ao PAK-FA, mas com algumas variações. Na verdade, o dinheiro indiano é fundamental para manter vivo o programa russo PAK-FA, do qual a Rússia construiu seis protótipos e, depois de repetidos pedidos da Índia, concordaram em realizar um voo de demonstração no início deste ano para avaliação técnica. O voo terminou em um incêndio que envergonhou os russos.
Mas, para a surpresa da equipe indiana que estava presente no local, eles não foram autorizados a chegar perto da aeronave. A Índia quer saber as razões do incidente, mas os detalhes nunca foram compartilhados, disseram fontes. A Índia pagou US$ 29,5 milhões para o projeto preliminar, que foi finalizado no ano passado, e é lógico que as autoridades indianas estão preocupadas com o status do programa PAK-FA.
O lado indiano não está nada satisfeito com o projeto preliminar e levantou questões sobre problemas de manutenção, de motor, das características furtivas, do sistema de transporte de armas, de segurança e de confiabilidade.
Fontes disseram que não poderia haver qualquer progresso até que esses problemas fossem resolvidos.
Porém, as perguntas continuam sem resposta, mesmo depois de uma rodada de discussões entre os dois lados, ocorridas no mês passado. Resposta comum do lado russo às preocupações de Nova Deli tem sido: “Não sejam emotivos”.
Qualquer novo impulso a estas questões resulta em falar de reajuste de preços, disseram as fontes. Por exemplo, a Força Aérea da Índia (IAF) havia deixado claro no ano passado que não estava satisfeita com o motor do novo caça, que foi baseado na planta propulsora do Sukhoi-30. A mudança foi prometida pelos russos, mediante um custo adicional.
Nenhum especialista ou piloto indiano, pôde olhar o PAK-FA até o momento. Os russos não estão permitindo que os pilotos voem a aeronave, alegando que pilotos estrangeiros estão impedidos de voar no seu espaço aéreo.
Mas a Índia argumenta que tais restrições não foram impostas quando os pilotos indianos voaram exautivamente os caças MiG e Sukhois. Agora, a Índia foi rebaixada de colaboradora para uma parceira de financiamento no projeto FGFA.
A participação do trabalho indiano é de apenas 13%, mas está pagando 50% do custo previsto de 10,5 bilhões, acordado em 2011. Em termos de trabalho, a estatal Hindustan Aeronautics Limited, contribuirá apenas com os pneus, instrumentos básicos de navegação VOR-DME, líquido de arrefecimento para o radar, pod de designação laser e com o HUD (Heads-Up Display).
Mesmo dentro deste 13%, os itens realmente indianos são da casa de um dígito, o resto vai ser adquirido no estrangeiro. O programa tem sido atormentado por dificuldades desde o início.
A Índia queria inicialmente em torno de 30 ou 40 aeronaves biplaces, para serem usados em instrução de voo. Mas desde que PAK-FA foi lançado monoplace, os russos informaram um adicional de 8 bilhões para desenvolver a versão de instrução. Face ao custo, a Índia resolveu realizar a instrução em simuladores. Após a assinatura do contrato do projeto final, ainda vai demorar 94 meses para o completo desenvolvimento do programa.
Com o atraso na resolução dos problemas técnicos, a IAF não terá caças de quinta geração até a próxima década.
FONTE: India Today
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: Defesa Aérea & Naval
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