Caso o negócio tenha êxito, o Vietnã receberá potentes mísseis de cruzeiro supersónicos, capazes de atingir navios do inimigo ou alvos em terra a uma distância de 300 quilômetros.
Pelo que se pode deduzir das notícias da imprensa, a Índia, que realiza as principais conversações, desempenha o papel principal na preparação do contrato. Embora os mísseis sejam fabricados por uma empresa conjunta russo-indiana, a Índia, nos últimos anos, aumentou o nível da sua localização. Na Índia encontra-se também a montagem final.
Por enquanto não se compreende que modelo de mísseis BrahMos os indianos pretendem propor ao Vietnã. O BrahMos tem um modelo aéreo, um modelo marítimo para navios e um modelo terrestre. Este último é empreguado na qualidade de míssil antibarco costeiro ou míssil “terra-terra”.
Os portadores de BrahMos aéreos na Força Aérea da Índia são os aviões Su-30MKI. Visto que para o emprego de semelhantes mísseis é necessária uma modernização especial dos aviões vietnamitas Su-30 e que entre os navios da armada vietnamita por enquanto não há portadores potenciais para esse míssil, talvez se trate de mísseis BrahMos no modelo de complexos de mísseis antinavio instalados em terra.
É interessante que, antes, o Vietnã já tinha comprado na Rússia duas baterias de complexos de mísseis antinavio Bastion (SSC-5, na classificação da NATO), que utilizam mísseis Yahont, modelo de exportação do míssil Oniks. O míssil russo-indiano BrahMos é outra modificação do Oniks, por isso as caraterísticas destes sistemas são idênticas.
Se o BrahMos for adquirido no modelo de complexo terrestre, isso significa que os vietnamitas terão dois sistemas de mísseis antinavio, embora sejam muito semelhantes um ao outro.
A explicação possível é a seguinte: se, para a Rússia, o fornecimento de misseis, era uma questão de negócio puro, para a Índia, trata-se de uma questão de política externa. A Índia presta grande atenção ao desenvolvimento das relações estratégicas com os países do Sudeste Asiático e poderia ter aceite as condições especiais de negócio propostas pelos vietnamitas. Nomeadamente, criar para o Vietnã uma linha especial de crédito para financiar fornecimentos de armas indianas.
Pelo que se pode compreender, a marinha chinesa dedica particular atenção à luta contra mísseis antinavio supersónicos de produção russa e indiana, utilizados por uma série de países do Sudeste Asiático. Nomeadamente, produzem e compram alvos especiais que imitam mísseis supersónicos que voam a baixa altitude, realizam-se periodicamente tiros contra alvos desse tipo com o emprego de sistemas navais de DAM.
Baterias suplementares de mísseis antinavio costeiros com um alcance até 300 quilómetros permitem ao Vietnã sentir-se mais seguro perante a construção rápida da armada chinesa no mar do Sul a China. Ao mesmo tempo, os complexos costeiros, ao contrário dos navios de guerra e submarinos, não podem ser uma arma da luta pelo domínio no mar e o Vietnã, para os empregar de forma mais eficaz, terá de resolver a questão da garantia de alvos eficazes.
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