O Ministério da Defesa da Rússia decidiu incluir o porta-mísseis Samum no grupo naval do Mediterrâneo da Frota Marítima da Rússia. Segundo especialistas militares, o hovercraft com mísseis russo irá ao porto de Tartus, na costa da Síria, onde fica uma grande base militar russa.
O Samum pode alcançar velocidade de 50 nós por hora (cerca de 100 km/h) e é capaz de realizar um ataque preventivo inesperado contra um grupo de porta-aviões. Tem oito mísseis classe “Mosquito”, invisíveis para sistemas de defesa aérea. É o único navio-catamarã com mísseis pesados.
Trata-se do segundo hovercraft da classe Sivuch. A construção de porta-mísseis dessa classe começou em 1984. O primeiro foi entregue ao Ministério da Defesa da Rússia apenas em 1999.
Com velocidade reduzida esse navio se move como um catamarã normal, mas com velocidade maior, como hovercraft. Se necessário, é capaz de se mover em velocidades baixas usando apenas compressores a diesel.
Diferenciais
A maioria dos hovercrafts no Mar Mediterrâneo têm um arsenal limitado. Por isso, o Ministério da Defesa decidiu criar um hovercraft na base de catamarã que permite levar mais armamento. Além disso, este navio tem uma alta navegabilidade.
"O porta-míssil foi projetado para destruir navios, realizar reconhecimento e ajudar os navios de desembarque. É muito eficaz nas tarefas na água, mas é impotente contra ataques aéreos. Além disso, tem um arsenal de artilharia bastante limitado”, diz o observador do portal Marítimo-Militar, Serguêi Severin.
“No entanto, seu armamento antissubmarino é impressionante. O hovercraft tem oito lançadores de mísseis de cruzeiro 3M80 ‘Mosquito’ e o sistema de mísseis Osa-M com 20 mísseis."
De acordo com especialistas, o Ministério da Defesa da Rússia não vai encomendar novos navios desse tipo por causa do preço alto. Um porta-mísseis Samum custa no mínimo US$ 45 milhões. Durante a época soviética, o governo não prestou atenção aos custos ou à rentabilidade do produto.
De acordo com o especialista militar independente Iúri Vediórnikov, a comissão militar-industrial da Rússia aposta na criação de navios-barcos de próxima geração e não vai investir em um projeto muito caro da era soviética.
“Provavelmente, esse porta-mísseis poderá ser exportado ao Egito ou aos Emirados Árabes Unidos. A Sivutch não tem concorrentes nessa região”, diz.
"O navio pode realizar um ataque preventivo e atingir alvos a uma distância de 120 km. O Mar Mediterrâneo é um lugar ideal para esse hovercraft. Assim, a entrada do navio no porto sírio poderia ser motivada politicamente. Provavelmente, seu objetivo é conter a crescente tensão político-militar nessa região", completou.
Gazeta Russa
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