Os EUA, vários países europeus, o Canadá e a Austrália decretaram recentemente sanções contra a Rússia. O único país asiático que está aplicando medidas restritivas em relação a Moscovo é o Japão. O governo nipónico tomou essa decisão sob pressão dos EUA, segundo confessou há pouco o prefeito de Tóquio, Yoichi Masuzoe.
Os emissários de Washington estiveram em visita também em Seul para forçá-la a aderir às sanções, já que a Coreia do Sul continua sendo um aliado norte-americano na Ásia Oriental. Todavia, tais planos não se concretizaram. Seul se mostra indisponível a introduzir sanções contra Moscou, declarou o embaixador sul-coreano, Wi Sung-lac.
Pelo visto, a Coreia do Sul não quer ver agravadas as suas relações com a Rússia, adianta o membro do Conselho de Relações Internacionais, Vladimir Petrovsky:
“O Japão se viu obrigado a se juntar às sanções por ser membro do G7. Como se costuma dizer, “a situação obriga”. A Coreia do Sul está livre de compromissos formais e informais. O país procura estruturar as relações de parceria estratégica, o que já foi consignado nos acordos bilaterais. Dai a pergunta: para que vale pôr em jogo as relações mutuamente vantajosas?”
A Coreia do Sul encara a Rússia com um país fornecedor de recursos naturais para a produção de telefones, aparelhos de televisão e artigos de indústria petroquímica. Ela também está interessada em desenvolver e dinamizar contatos nos setores de tecnologias informáticas, energia atómica, medicina, biotecnologias e espaço.
Segundo a agência de promoção comercial e investimentos da Coreia (KOTRA), 50% das exportações sul-coreanas cabem ao ramo automóvel. A montagem de carros se realiza no território da Rússia pelas empresas Hyundai Motor e Kia Motors. Ambas estariam em maus lençóis se a Coreia do Sul tivesse aderido às sanções contra a Rússia. O mesmo se refere à corporação Samsung Electronics que efetua a montagem de suas aplicações e dispositivos em território russo.
Mais um motivo da recusa de Seul reside no importante papel que a Rússia desempenha no diálogo inter-coreano, ou seja, na sua influência sobre as autoridades da Coreia do Norte. Aqui, importa notar ainda que o projeto russo visando a conexão do Caminho de Ferro Transcoreano com a Ferrovia Transiberiana entrou na 2ª fase, prossegue Vladimir Petrovsky:
“Os projetos relativos à infraestrutura têm assumido uma enorme importância para o diálogo entre as duas Coreias. Esse diálogo deve ser concretizado. Nesse contexto, a troca de mercadorias e a cooperação econômica constituem o seu “tecido vivo” ou a tónica que ajuda a alicerçar medidas de confiança, indispensáveis para a sinergia dos dois Estados. A Rússia poderá contribuir para o êxito deste diálogo imprescindível”.
Os projetos russos citados acima se enquadram na Iniciativa Euroasiática, proposta pela presidente Park Geun-hye, prevendo a criação e o desenvolvimento de uma rede euroasiática comum de transportes, energia e comércio, aliada à cooperação econômica, científica, tecnológica e cultural assente nas relações de confiança recíproca. A Rússia não deixa de ser um elemento fulcral nessa cadeia da colaboração multifacetada que se intensifica no âmbito da Iniciativa Euroasiática.
Voz da Rússia
Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_10_23/Seul-n-o-quer-estragar-rela-es-com-Moscou-6937/
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