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segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Ucrânia se está separando do Donbass

Ucrânia, Donbass, fronteira

A missão internacional para a delimitação do território entre as partes em conflito no Donbass ucraniano iniciou seu trabalho na prática. Militares ucranianos e russos (cerca de 80 pessoas), bem como representantes da OSCE, devem concordar e demarcar, primeiro em mapas e depois no local, uma “zona tampão” estipulada pelo memorando de Minsk de 19 de setembro.

Essencialmente, ela será algo entre a “linha verde” de Chipre (a “fronteira” entre a República de Chipre membro da UE e a não reconhecida República Turca de Chipre do Norte) e a zona desmilitarizada na península Coreana. Mas a “DMZ de Donbass” será muito mais vasta.
Sem dúvida, tal zona – e ela envolve todo um conjunto de medidas de segurança e separação dos lados – deve ter um impacto positivo sobre a situação no sudeste da Ucrânia, diz o diretor adjunto do Centro de Informação Política Alexei Panin. Sabe-se que tanto o lado ucraniano como as milícias de Donbass muitas vezes não têm a paciência para observar acordos de cessar-fogo, lembrou Panin:
“É claro que há sempre um risco de que os acordos não serão cumpridos. A experiência de violações de acordos de Kiev tem ganho bastante peso desde fevereiro. Eu diria mesmo que para a Europa é um nível sem precedentes. Mas, por outro lado, a Europa está agora passando para a fase de tentativas ativas de resolver o conflito, e gostaria acreditar que a UE terá estabilidade suficiente para manter tais tentativas”.
Já chegou à Ucrânia um lote de drones da Áustria para monitoramento da DMZ por inspetores da OSCE. Todas as conversações e itinerários de viagem da Missão são mantidas em grande segredo. Embora não seja assim tão difícil calcular por que lugares vai passar a linha. A região de Donetsk está dividida quase em metade entre o exército ucraniano e as forças das milícias. Segundo o acordo, todos os armamentos de artilharia pesada (de calibre superior a 100 mm) devem ser retirado para uma distância de pelo menos 15 quilômetros da linha média. Ou seja, a largura da zona será de 30 quilômetros. Em comparação, a largura da DMZ coreana é de 4 km, e em Chipre é de entre 4 e 7 quilômetros.
No entanto, ainda é difícil dizer como precisamente será controlada esta zona, nota o decano da Faculdade de Politologia e Sociologia da Universidade de Finanças do Governo da Federação da Rússia, Alexander Shatilov:
“Sem a introdução de forças de paz nesta zona será realmente muito difícil separar as partes porque tanto de um lado como do outro tem seus próprios 'irreconciliáveis'. Além disso, Donetsk (bem como, aliás, muitos em Kiev), acha inaceitável a fixação da situação atual.
Pois lá acreditam que metade da região de Donetsk está, na verdade, “ocupada” por tropas ucranianas. E a missão da OSCE não é onipotente, ela não pode documentar todas as violações. Dificuldades há muitas. Este é certamente um passo em direção à paz, mas não uma garantia total contra a continuação das hostilidades”.
Em Kiev, contra a criação da DMZ já se expressou firmemente a líder do partido Pátria (Batkivschina), a ex-primeira-ministra ucraniana Yulia Tymoshenko. Ela acredita que se separar do Donbass equivale a reconhecer sua independência.

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