Eleições para Congresso dos EUA: renúncia a Obama - Noticia Final

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quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Eleições para Congresso dos EUA: renúncia a Obama

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Foto de arquivo

Nas eleições intercalares realizadas em 4 de novembro nos Estados Unidos, os republicanos ganharam completamente o Congresso de Barack Obama. Eles acrescentaram à sua maioria na Câmara dos Representantes também uma maioria no Senado.

Os votos ainda estão sendo contados, mas o inevitável já aconteceu. Na câmara baixa (435 assentos), que é controlada pelos republicanos desde 2010, eles aumentaram sua maioria para pelo menos 245 assentos. No Senado (de 100 assentos) eles se garantiram 52 mandatos e podem ganhar mais um por causa da reeleição em Louisiana, marcada para dezembro.
O “grande fracasso democrático” foi previsto por todos os analistas. E foi o próprio presidente Obama que levou a ele seu partido. As eleições de 4 de novembro não foram eleições para o Congresso mas um referendo sobre a política do presidente dos Estados Unidos. Em alguns estados, seu ranking na altura das eleições já tinha caído abaixo de 35-39 por cento. Tal não aconteceu nem mesmo a George W. Bush.
Isso foi uma grande “renúncia a Obama”, disse já após a vitória o futuro líder da maioria no Senado, o republicano Mitch McConnell:
“Isto foi uma campanha eleitoral não por mim ou pelo meu adversário. Isso tudo foi sobre a atitude para com o governo, um governo ao qual as pessoas não podem mais confiar a realização de suas funções mais básicas: garantir a sua segurança, proteger as fronteiras, formar postos de trabalho, e proporcionar cuidados dignos para veteranos. Como podemos nós confiar num governo que não se ocupa de suas funções elementares?”
Mas mesmo as perdas no Congresso não são tudo. Dos 50 cargos de governadores estaduais, 31 já estão nas mãos dos republicanos.
Deve-se dizer que Obama, mesmo com um resultado tão pobre, ainda teve sorte que a política internacional não afeta os resultados das eleições intercalares. Sem contar, claro, as guerras no Afeganistão e no Iraque, que para os norte-americanos são um assunto quase interno. Se neste “voto de trânsito” tomassem em conta também a geopolítica, as coisas para Obama teriam sido piores do que nunca. Ele prometeu aproximar a paz no Oriente Médio e não o fez, prometeu um “reiniciamento” com a Rússia, mas levou o caso ao golpe de estado e à crise na Ucrânia e à recorrência da “guerra fria” com a Rússia.
Já ninguém menciona o Prêmio Nobel da Paz que ele recebeu adiantado em 2009: isso soa como um escárnio depois de que a política de Obama levou ao surgimento e ao reforço dos radicais do Estado Islâmico, ao colapso da Líbia, à guerra civil na Síria.
A Ucrânia é hoje nas relações russo-americanas um fator irritante especial. Embora a erosão tivesse começado muito antes dela. Não vale a pena esperar quaisquer mudanças para melhor ou uma atenuação das sanções por causa da Ucrânia. Obama, pelo contrário, terá que mostrar sua determinação perante uma maioria republicana, e agora não há mais onde fazê-lo senão na política externa.
A pressão sobre Moscou e o presidente Putin só vai aumentar, acredita o professor da Universidade Estatal de Moscou (MGU), doutor em ciências políticas, Andrei Manoilo. A situação do governo de Obama ainda pode piorar por causa da Ucrânia, mas é improvável que as relações passem para uma fase de nova “guerra fria”, porque este já não é o estilo do século 21, acredita Andrei Manoilo:
“Isso vai continuar até as próximas eleições presidenciais. Quando os republicanos chegarem ao poder, e pelo visto o novo presidente sempre será um republicano, então é que surgirão novas condições para a construção de uma nova arquitetura de relações entre os Estados Unidos e a Rússia. Eu acho que essa arquitetura, mais provavelmente, será construtiva”.
Como mostra toda a história das relações soviético e depois russo-americanas, para Moscou sempre foi mais confortável lidar justamente com republicanos. Foi com eles que foram feitos todos os importantes tratados e acordos de desarmamento.

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