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quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Kiev prepara-se para conflito militar prolongado com Donbass

Donbass, ucrania, conflito
O Ministério das Situações de Emergência (MSE) da Rússia começa a formar o sétimo comboio com cargas humanitárias para habitantes de Donbass. Moradores das regiões de Donetsk e Lugansk precisam vitalmente de alimentos, medicamentos e roupa quente. Entretanto, o Serviço de Segurança da Ucrânia prevê que o conflito militar entre Kiev e Donbass continuará até 2020.

Cargas humanitárias, recolhidas com a participação de todas as regiões da Rússia, são enviados para a região de Rostov, na fronteira russo-ucraniana, onde se encontram caminhões do MSE. O anterior (sexto) comboio humanitário regressou de Donbass na terça-feira passada, em 4 de novembro, após ter transportando mais de 100 toneladas de medicamentos e combustíveis, destinados aos habitantes de Donetsk e Lugansk. Ao todo, desde 23 de agosto, o MSE da Rússia levou milhares de toneladas de grãos de cereais, conservas, cobertores e artigos de higiene para as regiões afetadas por ações militares.
Essa ajuda permite à população aguentar o infortúnio. Mas cada dia da guerra reforça seus sofrimentos. As tréguas reais não se estabeleceram apesar dos acordos de Minsk, concluídos em 5 de setembro entre Kiev e líderes de voluntários de Donbass com a mediação da OSCE. Bombardeios recíprocos diários estão matando militares e civis. Tal situação poderá continuar anos a fio.
Conforme declarou o conselheiro do chefe do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU, em russo), Markiyan Lubkovsky, a regularização do conflito entre Kiev e Donbass poderá durar ainda 4-5 anos. Ao mesmo tempo está claro que não se trata de prazos para realização de negociações e decisões tomadas em conjunto, aponta o presidente do fundo Política, Viacheslav Nikonov:
“Falando assim, o representante do SBU supõe que no período de 4-5 anos sejam eliminadas essas formações – repúblicas populares de Donetsk e Lugansk. Está claro que, na ótica de Kiev, a regularização do problema subentende a limpeza dessas regiões dos “separatistas”, em suas palavras, mas, na realidade, das autoridades eleitas legitimamente em Donetsk e Lugansk. Tenho a certeza de que esse plano não será realizado. Essas formações estatais, que atravessam hoje o período de constituição, têm todos os indícios de capacidade vital. As pessoas que lá vivem não têm vontade de tornarem-se novamente dependentes de Kiev”.
Em 2 de novembro, nas autoproclamas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk ocorreram eleições de seus dirigentes e deputados. Segundo os dados das comissões eleitorais locais, mais de dois milhões de pessoas participaram da votação.
Moscou ressaltou ter respeitado a opção dos habitantes de Donbass. Kiev não reconheceu a expressão da vontade da população de Donetsk e Lugansk. Passado um dia após a eleição, o presidente da Ucrânia, Piotr Poroshenko, anunciou a intenção de revogar a lei sobre o estatuto especial de Donbass, aprovada pela Suprema Rada (parlamento) em conformidade com os acordos de Minsk.
Ao mesmo tempo, Piotr Poroshenko escreveu nesta semana no Twitter que acredita na regularização pacífica do conflito em Donbass, não comunicando, porém, o que pretende fazer para alcançá-lo.

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