Segundo reportagem da BBC publicada nesta quarta-feira, 24 de dezembro, foi confirmado pelas Forças Armadas da Jordânia que o Estado Islâmico capturou o piloto de um caça jordaniano que caiu no norte da Síria. O grupo jihadista alega que derrubou o jato com um míssil guiado por infravermelho, próximo à cidade de Raqqa, e publicou fotos mostrando o piloto, identificado como tenente Moaz Youssef al-Kasasbeh.
Trata-se do primeiro avião a ser perdido pela coalizão liderada pelos Estados Unidos sobre território do EI, desde que os ataques aéreos começaram em setembro, segundo a reportagem. A Jordânia é um de quatro estados Árabes que têm realizado ataques aéreos na Síria (os outros são os Emirados Árabes Unidos, a Arábia Saudita e o Bahrein). Muitos dos ataques tem ocorrido em Raqqa ou proximidades, que de fato é a capital do “califado” proclamado pelo Estado Islâmico em junho. Já contra alvos do EI no Iraque, participam forças aéreas da Austrália, Bélgica, Canadá, Dinamarca, França, Holanda e Reino Unido.
A confirmação da captura do piloto jordaniano foi dada em pronunciamento veiculado pela agência de notícias estatal jordaniana, Petra: “Durante uma missão na manhã de quarta-feira, realizada por diversos aviões da Força Aérea Real Jordaniana contra esconderijos da organização terrorista Estado Islâmico na região de Raqqa, uma das aeronaves caiu e seu piloto foi tomado como refém. A Jordânia considera que o grupo e seus apoiadores são responsáveis pela segurança do piloto e de sua vida”. Apesar da fonte não ter nomeado o piloto, a agência publicou uma foto do tenente Kasasbeh em sua nota.
Não se tem confirmação ainda se o avião teve uma falha de motor ou outro problema técnico, ou se realmente foi derrubado por defesas aéreas do EI, o qual se admite que tenha uma limitada capacidade de defesa aérea, em grande parte formada por estoques de sistemas de mísseis antiaéreos portáteis (MANPADS). No passado, os combatentes do EI já haviam derrubado aviões e helicópteros dos governos do Iraque e da Síria, assim como tomou diversas bases aéreas sírias. Não está claro se têm capacidade de operar sistemas mais sofisticados de origem soviética e russa.
A coalizão liderada pelos EUA monitora, permanentemente, a natureza da ameaça antiaérea e, se o caça jordaniano foi derrubado, qualquer potencial lição sobre o fato será adicionada à campanha aérea em andamento. Mais cedo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, baseado no Reino Unido, disse que recebeu relatos de sua rede de ativistas de que membros do EI haviam tomado “um piloto árabe como prisioneiro após derrubar seu avião com um míssil antiaéreo perto da cidade de Raqqa.” O centro de mídia pró-EI, de Raqqa, também divulgou foto em sua página do facebook mostrando pessoal armado tirando o piloto do que parecia ser um lago ou rio. O homem aparentemente podia andar, mas estava bastante suado, sangrava na boca e vestia apenas uma camiseta. Uma legenda identificava-o como tenente Kasasbeh e, mais tarde, uma foto passou a mostrar seu cartão de identificação militar.
O piloto está na Força Aérea Real Jordaniana há seis anos , tem 26 anos de idade e nasceu na cidade jordaniana de Karak. Tem sete irmãos e casou-se em julho, segundo a reportagem da BBC. Seu pai, Youssef al-Kasasbeh, confirmou que o piloto foi capturado na Síria em entrevista ao jornal jordaniano Saraya. Ele viu as notícias após o comandante da Força Aérea ter informado outro de seus filhos, e fez um apelo aos líderes do EI: “Que Alá coloque piedade em seus corações e soltem meu filho”.
FONTE / FOTOS: via BBC (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)
NOTA DO EDITOR: no caso de ser autêntica a imagem divulgada do canopi, trata-se de um F-16, que é o principal caça da Jordânia (do qual algumas dezenas foram recebidas dos estoques de aeronaves desativadas pelos EUA e países europeus, tendo passado por MLU – modernização de meia vida).
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