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terça-feira, 16 de dezembro de 2014

FMI receia emprestar dinheiro à Ucrânia

Ucrânia, FMI, economia, finanças, ajuda, União Europeia

A União Europeia (UE) e o FMI querem ver postos em prática os resultados das reformas na Ucrânia dentro de seis meses. Segundo políticos da Europa, se trata tanto da área de segurança pública, como da economia do país.

Enquanto isso, o novo Gabinete de Ministros já preparou um “plano de ação”. Consoante peritos, o documento não passa de uma versão abreviada, uma súmula do acordo de coligação, sem prever quaisquer medidas concretas viradas para a saída da crise.
O plano de ação para a realização de reformas econômicas prevê uma série inteira de transformações em todas as esferas – desde os setores militar e social até a política fiscal e a gestão da propriedade pública. O programa devia delinear um conjunto de metas concretas e radicais. Mas, em última análise, o documento contem uns planos irreais e quase inviáveis sem terem havido indicados os meios de sua concretização, frisou o perito da Escola Superior de Economia, Andrei Suzdaltsev:
“Causa muita surpresa a discrepância entre o programa proposto e a situação real. O plano parece ter sido copiado de um manual de escola. Não leva em linha de conta o fato de o país viver a guerra civil, estar atravessando uma ruina econômica e um período de marasmo. O PIB da Ucrânia registrou uma queda de 7-8%, os bilhões de dólares estão sendo gastos para manter a moeda nacional – grivna. E, finalmente, quem é que irá financiar tais reformas?”
O governo de Yatsenyuk planeja realizar uma boa parte das reformas na esfera tributaria. Se espera que no 1º trimestre de 2015 seja reduzida a quantidade de impostos (de 22 para 9), através de alterações do Código Fiscal. Da lista de serão retirados tributos “ineficientes” tais como um imposto para o desenvolvimento da viticultura. Em relação às demais tributações se prevêem alterações que possam nivelar efeitos da liberalização, observa o professor catedrático do Departamento de Finanças Internacionais do Instituto das Relações Internacionais (MGIMO, em sigla russa), Valentin Katasonov:
“Tais esforços poderão ser reduzidos a zero pelo encolhimento da base tributaria no meio de pessoas físicas e jurídicas. Basta prestar atenção para o fato indicado pelas autoridades ucranianas – a queda do PIB que se estima hoje em 7,5%. Isto levando em conta a Novorossiya que, de fato, já ficou à margem do intercâmbio econômico-comercial.
No que toca aos impostos, se criou na Ucrânia uma situação paradoxal. Por um lado, a guerra civil não acabou, por outro lado, pelo menos até o Outono, muitas empresas de Donbass tinham pago impostos para o Tesouro. Hoje, a Novorossiya deixa de ser uma fonte de ingressos tributários. Por isso, a base tributária vai reduzindo cada vez mais”.
O FMI avaliou os resultados da atividade desenvolvida pelo governo de Arseni Yatsenyuk, tendo-os qualificado como pouco consoladores – a Ucrânia frustrou a realização de muitas reformas, recomendadas pelo FMI. No entanto, Kiev consegue encontrar fontes de financiamento.
Assim, nos próximos dias será assinado um acordo com o Banco Europeu de Investimentos no valor de 200 milhões de euros. Os créditos deverão ser destinados para a reabilitação da infraestrutura de Donbass. Resta desvendar uma incógnita – os maiores danos tinham sido causados à infraestrutura das regiões que hoje estão controladas por milícias independentistas. Como ser á possível reconstrui-la?
É óbvio que para tal será necessário prosseguir as operações militares e libertar as zonas ocupadas. Ou seja, continuar a guerra. Um mesquinho montante de 200 milhões mal chega para restabelecer a região industrial de Donbass, assolada pela guerra civil.
As tentativas de integrar a Ucrânia na Europa já custaram ao Ocidente os olhos da cara. Os apetites de Kiev são enormes, mas para onde se canalizam os avultados meios financeiros ninguém sabe dizer. Até o presidente da República Checa, Zdenek Zeman, disse que o apoio financeiro da Ucrânia independente levou ao esbanjamento de recursos europeus. A Ucrânia já havia recebido umas tranches para amortizar a dívida, financiar as reformas e desenvolver a democracia. Mas essas tamanhas somas de dinheiro parece que se dissolvem nos vastos estepes. Por isso, o FMI se torna cada vez mais cauteloso e prudente nas suas relações com a Ucrânia.

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