MECTRON SCP-01 AFIANDO A PONTARIA DO AMX MODERNIZADO - Noticia Final

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terça-feira, 9 de dezembro de 2014

MECTRON SCP-01 AFIANDO A PONTARIA DO AMX MODERNIZADO

ontado no nariz do A-1M nas instalações da EMBRAER Defesa & Segurança em Gavião Peixoto. - MEC
O Radar MECTRON SCP-01 montado no nariz do A-1M nas instalações da EMBRAER Defesa & Segurança em Gavião Peixoto. - MECTRON

O radar da MECTRON, empresa controlada pela Odebrecht Defesa e Tecnologia (ODT), em parceria com a italiana Selex ES é um dos pontos centrais da modernização dos A-1 da Força Aérea Brasileira.

Com o objetivo de extensão da vida útil das aeronaves AMX (A-1) para mais 20 anos, reduzindo a obsolescência dos equipamentos embarcados e ao mesmo tempo padronizando a frota, eliminando as diferenças entre os três lotes operados pela FAB, o programa de modernização do principal avião de ataque brasileiro realizou uma campanha de ensaios em voo em Gavião Peixoto/SP, para validação operacional do Radar SCP-01.

DefesaNet acompanhou o trabalho da empresa MECTRON, empresa controlada pela Odebrecht Defesa e Tecnologia (ODT), em parceria com a italiana Selex ES no radar SCP-01, que é um dos pontos centrais da modernização dos A-1M da Força Aérea Brasileira.

Na mosca

O SCP-01 é um radar multifunção, projetado para operar como principal sensor do subsistema de armamento do A1-M. Pelo lado brasileiro, a Mectron é responsável pelas unidades Receptor, Antena, Servo-Antena e frame cablado. A empresa italiana é responsável pelas unidades Transmissor e Processador.

Na campanha de ensaios em questão, o Radar SCP-01 foi validado nos seus diversos modos de operação: no modo de mapeamento de solo (MAP), a aeronave sobrevoou a região da cidade de Ibitinga/SP, próximo à represa da Promissão, no rio Tietê, para identificar áreas fluviais e mapear o terreno, apresentando ao piloto um registro geográfico de mais de 80 km à sua frente.


 
O Radar SCP-01 como desenvolvido pela MECTRON para o A-1M
Foto - MECTRON

Nesta mesma região, o Radar também foi testado no modo de rastreio marítimo (SEA), detectando a presença de embarcações. Para testes nos modos de busca e rastreio aéreo (AIR-AIR) e combate aéreo (ACM), os ensaios contaram com o apoio de uma aeronave Phenom da EMBRAER atuando como alvo cooperativo.

Neste cenário, foi possível a detecção do alvo a distâncias acima de 20 km. Com o radar rastreando a aeronave cooperativa, várias manobras de combate foram simuladas, bem como manobras de aproximação para reabastecimento em voo, desta vez com o radar operando no modo AIR-P. Em outra etapa, o Radar, operando no modo Distância de Solo (AGR), forneceu algoritmos de mira para ataque a alvos terrestres.

Durante os ensaios, foi possível verificar a integração do Radar ao novo sistema de navegação do A1-M, bem como ao HUD (Head Up Display) e ao MFD (Multi Function Display), onde as informações do Radar são disponibilizadas para o piloto.

Olhos aguçados por mais 20 anos

A aeronave AMX (ou A-1 como é designada oficialmente pela FAB), foi especialmente concebida para missões ar-superfície (ataque ao solo) e reconhecimento, ambas de grande alcance. Pelo fato da modernização do AMX, a Mectron trabalhou na modernização do Radar SCP-01, possibilitando a implementação da interface gráfica colorida com os novos monitores multifunções (MFD) instalados no A-1M. O radar incorporou um novo modo de operação e possibilitou a visualização e atualização de dados de navegação de mais alvos ao mesmo tempo.

Na área de logística, a MECTRON desenvolveu um novo banco de sistema para suporte dos testes operacionais do radar em solo. Desenvolveu, também, um banco denominado Estimulador Radar que auxiliou o desenvolvimento da interface aviônica com o radar e os outros sistemas embarcados na aeronave.

A parceria tecnológica com os italianos foi bem sucedida e rendeu bons frutos: a empresa hoje também está plenamente capacitada para manutenção das unidades italianas.

 

Radar MECTRON SCP-01 montado no A-1M - Foto MECTRON
Questões sobre o Radar MECTRON SCP-01

Nelson Düring - DefesaNet Quantas pessoas na MECTRON estão envolvidas com o SCP-01?

MECTRON - Consideramos as pessoas o ponto central de qualquer programa de desenvolvimento tecnológico. Ao longo de todo o projeto do SCP-01, algumas dezenas de profissionais foram formadas nesse programa. Na fase atual contamos com aproximadamente 10 pessoas envolvidas constantemente no programa, entre engenheiros e outros profissionais hoje atuantes.

DefesaNetQual a resolução do radar, incluindo alcance, na superfície naval?

MECTRON - É uma informação confidencial, portanto somente a FAB pode fornecê-la.

DefesaNet – Foram feitos ensaios de detecção de aeronaves pequenas, certamente com baixo RCS (Radar Cross Section). Isto indica uma excelente performance. Há, no entanto, comparação com radares tipo AESA?

MECTRON - O SCP-01 utiliza o sistema de varredura mecânica para apontamento da antena, foi concebido para ter baixo peso, baixo consumo de energia e tamanho compacto. Os radares do tipo AESA (Antena com Varredura Eletrônica Ativa) que, graças aos novos computadores e ao desenvolvimento de chips de Arseneto de Gálio na banda X, permitem que os radares atuais tenham uma grande capacidade de rastreios múltiplos de alvos, porém são de altíssimos custos. Na questão da capacidade de detecção de alvos com baixos RCS, os radares se equivalem.

DefesaNet - Como transcorreu a integração do SCP-01 com os sistemas do A-1M?

MECTRON - Como o radar SCP-01 e a plataforma A-1M são projetos conjuntamente gerenciados pela COPAC e as empresas, a integração ocorreu como esperado.

DefesaNet - O A-1M é concebido para atuar em um ambiente operacional bastante hostil, à baixa altitude, e ainda sob a vibração e trepidação provocada pelo disparo do armamento. Qual a disponibilidade do radar?


MECTRON - O radar foi projetado com as características para ataque ao solo em baixa altitude, com requisitos de vibração compatíveis a tais condições, que foram atendidos pelo projeto. Nos testes de GUN FIRE, o radar sempre manteve o lock-on sobre o alvo, demonstrando que mesmo vibrações extremas não afetam a operação.

DefesaNet - A passagem do modo SEA para AIR-AIR é fácil para o piloto?

MECTRON - Sim, a Interface Homem Máquina (Human-Machine Inteface) para aeronaves é um assunto que necessita de muito estudo e dedicação. Essa transição é feita através de única ação do piloto no MFD (Multi Function Display).

DefesaNet- O radar pode ser usado sobre terreno com o modo SEA?

MECTRON- O SCP-01 possui um modo especifico para ser usado sobre o solo.

DefesaNet - Todos o A-1M mono e biplaces serão equipados com o radar?

MECTRON - Por questão de confidencialidade, esta informação deve ser solicitada a FAB.

DefesaNet  – Um pequeno histórico do programa SCP-01 na MECTRON?

MECTRON - O programa do Radar SCP-01 foi iniciado em meados da década de 80 com recursos da Força Aérea Brasileira. Coube à MECTRON, em março do ano 2000, assumir a responsabilidade pela conclusão do seu desenvolvimento e homologação.

Dando sequência ao programa, foram firmados posteriormente contratos para produção seriada, desenvolvimento e fabricação de sua logística e, atualmente, adequação à modernização do A-1M. Ao assumir a conclusão do desenvolvimento do projeto do Radar, a MECTRON detectou a necessidade de melhorar o controle e apontamento da antena.

A unidade Servo foi reprojetada, incluindo a substituição dos motores responsáveis pelo controle de seus dois eixos de movimentação (elevação e azimute). Este reprojeto resultou em maior precisão no controle e posicionamento da antena, bem como num maior índice de nacionalização para a unidade Servo.

Após ensaios de SOF – “Safety of Flight” com a nova unidade Servo, foram construídos novos modelos do Radar para a realização de ensaios em voo, uma extensa série de testes rigorosos nas condições reais de operação do produto. Os resultados obtidos foram positivos: o equipamento comprovou sua alta performance e operacionalidade.

Defesa Net

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