Isso soa vagamente familiar, simplesmente os gritos de pânico sobre um “atraso em mísseis” agora se transformou em alegações de um “atraso em mídia”.
Na altura quando a União Soviética lançou o seu primeiro Sputnik, em outubro de 1957, os EUA reagiram com uma campanha maciça de relações públicas para afirmar que Moscou conseguiu uma vantagem perigosa e crescente sobre os Estados Unidos na movimentação de mísseis balísticos intercontinentais.
Um relatório do governo dos Estados Unidos sobre o estado das coisas na corrida espacial, não particularmente alarmista, foi tornado secreto, mas certas partes “suculentas” do documento foram vazadas para a imprensa. Como resultado, o Washington Post escreveu na altura que a América do Norte estava “movendo-se em curso assustador para o estatuto de uma potência de segunda classe. Isso mostra uma América exposta a uma ameaça quase imediata da União Soviética eriçada de mísseis”.
Se olharmos para os calendários, os EUA estavam de fato a umas meras semanas atrás da União Soviética no lançamento de seu primeiro satélite e, posteriormente, da sua primeira missão tripulada no espaço. De qualquer forma, o atraso de mísseis, naturalmente, não foi nem de perto tão dramático como a mídia nos gostaria de fazer crer.
No entanto, o mito do “atraso de mísseis” e a “ameaça soviética” em geral eram extensivamente explorados sempre que havia orçamentos para formar e mantiveram-se em circulação até os últimos anos da URSS e mesmo depois.
Mídia Intercontinental
Curiosamente, as últimas alegações do Ocidente de estar sendo “ultrapassado” na sua guerra de informação com a Rússia estão chegando ao seu máximo num momento em que a Rússia acaba de lançar a Sputnik News, outra mídia russa que combina rádio e internet. E, como antes, as alegações de qualquer “atraso” são absolutamente insinceras.
Se olharmos só para os números, a Sputnik News tem um orçamento de menos de 120 milhões de dólares para 2015 (embora segundo a quota de câmbio atual, desfavorável). Em comparação, só o Serviço Mundial da BBC gasta cerca de 370 milhões de dólares por ano. Por seu lado, os Estados Unidos estão deixando de lado 716 milhões em 2015 para radiodifusão internacional. E isso são apenas os dois principais protagonistas. Um verdadeiro “atraso de mídia”!
Isto lembra um dos renovados e cada vez mais alarmistas gritos de alguns setores sobre a ameaça militar da Rússia. Expressar preocupações sobre esse assunto se tornou moda ultimamente. Mais uma vez, a ameaça provém de um país cujas despesas a OTAN supera em 11 vezes!
No que diz respeito à mídia russa que recentemente se tornou assertiva, não esqueçamos que durante anos e anos a BBC, a Voz da América, a Rádio Liberty, a EuroNews e outros tiveram acesso irrestrito ao público russo. Uma série de novas mídias orientadas para públicos russos estão sendo criadas com financiamento ocidental. Em geral, os russos estão muito mais conscientes de narrativas alternativas, inclusive as ocidentais, do que muitos no Ocidente acreditam. Quase tudo que os jornais e recursos de web ocidentais escrevem sobre a Rússia, por mais crítico que seja, é traduzido em russo para que todos possam ler.
Mas só agora é que o público em alguns países ocidentais está começando a receber o “outro lado da história” que a mídia russa está oferecendo.
Pode-se também ver como os proponentes da teoria do “atraso de mídia” podem beneficiar através da “propaganda russa”: o seu caso para o reforçando seus orçamentos agora parece muito forte.
Voz da Rússia
Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_12_23/Ocidente-atacado-pela-m-dia-russa-4704/
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