Será que a China precisa de armas nucleares táticas? - Noticia Final

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segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Será que a China precisa de armas nucleares táticas?

China, armamentos, misseia taticos, ogivas nucleares

A posse de armas nucleares de uso tático pela China atrai atenção de muitos observadores. São referidas diferentes avaliações – da ausência completa de tais armas à posse de 150 e mais unidades.

A indústria de foguetes chinesa está produzindo tipos cada vez mais sofisticados de mísseis de cruzeiro e balísticos que, potencialmente, poderiam ser utilizados para o transporte de cargas nucleares. Na medida do crescimento do potencial da aviação militar chinesa o problema das armas nucleares táticas se levanta cada vez mais frequentemente.
Há poucos dados sobre as armas nucleares de uso tático contemporâneas da China. Conhecemos ao certo que no fim dos anos 1970 e nos anos 1980 o país se dedicava ativamente ao desenvolvimento de projetos nessa área. Na mesma altura, foram desenvolvidos alguns tipos de cargas nucleares táticas compactas de pequena potência e o exército chinês efetuava manobras em condições de utilização desses armamentos.
Isso teve sentido naquela altura, no período mais severo da Guerra Fria, quando a China se encontrava no estado de confrontação militar com a URSS. Os chineses estudavam como cenário mais provável do conflito a grande ofensiva de unidades de tanques soviéticos da Mongólia e do Extremo Oriente da URSS em direção ao Nordeste da China.
As tropas soviéticas, cedendo em número do pessoal, tinham uma enorme superioridade na mobilidade e na potência do fogo e os chineses não podiam ter certeza de sua capacidade de deter seus ataques com a ajuda de meios convencionais. Foram testados diferentes tipos de cargas de uso tático e, possivelmente, algumas delas passaram a ser produzidas. Além disso, na doutrina chinesa de não ser os primeiros a utilizar armamentos nucleares foram introduzidas importantes ressalvas, permitindo assestar golpes nucleares contra o adversário agressor.
Contudo, na segunda metade dos anos 1980, as relações soviético-chinesas normalizaram-se rapidamente e, após a desintegração da URSS, a Rússia e a China estabeleceram gradualmente um relacionamento de parceria estratégica. O cenário de agressão terrestre de envergadura contra a China que poderia ser repelida com o emprego de armas nucleares táticas tornou-se irrealista.
Podemos supor que desde então a China suspendesse ou reduzisse ao mínimo investimentos na produção de cargas nucleares de uso tático. Se alguma quantidade de cargas táticas fosse produzida nos tempos de Guerra Fria, estas, possivelmente, após o fim do prazo de seu serviço, não eram simplesmente substituídas. Essa conclusão é testemunhada pelo fato de o Ministério das Relações Exteriores da China ter declarado em 2004 que o país dispunha do menor número de ogivas nucleares entre as cinco potências nucleares oficiais.
Tal significava que esse número era inferior às 225 ogivas britânicas. Levando em consideração o número conhecido naquela altura de mísseis balísticos desdobrados DF-5A, SF-31, DF-4, DF-3A, DF-21 e 12 mísseis do único submarino do projeto 092, a China contava na totalidade com 156 mísseis balísticos estratégicos de todas as classes. Teoricamente, no país podiam restar não mais de 69 cargas consideradas estratégicas (por exemplo, bombas atômicas de aviação de grande potência) ou táticas (por exemplo, ogivas de mísseis DF-15 ou DF-11). Mas tanto que a China não revelou o limite inferior de seu potencial, é muito provável que o país não dispunha de cargas táticas.
Na área estratégica, durante muito tempo que a China seguia o princípio de dissuasão mínima, renunciando à concorrência com as outras potências nucleares na quantidade de cargas. A China aspirava apenas a reservar-se uma possibilidade garantida de golpe de retaliação no caso da agressão nuclear do adversário. Sendo a parte mais fraca, é evidente que a China não estava interessada na escalada nuclear do conflito a menos que se tratava de ameaça de ocupação armada de uma parte considerável do território chinês. Mas essa ameaça deixou de existir após a desintegração da URSS.
Possivelmente, as condições para a devolução de armas nucleares táticas chinesas podem surgir no caso de rápido crescimento da quantidade e do nível técnico do arsenal nuclear estratégico da China. Essa possibilidade é confirmada por êxitos do país no desenvolvimento de novos tipos de mísseis balísticos intercontinentai s e de mísseis balísticos de submarinos. Se for tomada uma respetiva decisão política, a China poderá criar num período relativamente curto o respetivo potencial, aproveitando os projetos de armas nucleares táticos desenvolvidos nos anos 1970-1980.
 Voz da Rússia
A opinião do autor pode não coincidir com a opinião da redação
Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_12_15/Ser-que-a-China-precisa-de-armas-nucleares-taticas-8203/

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