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domingo, 11 de janeiro de 2015

“Não se pode atacar sem esperar represálias” – Autor de ataque em Paris diz em vídeo


Autor de ataque em Paris jura lealdade ao “Estado Islâmico” em vídeo

Amedy Coulibaly afirma que atentados a estabelecimento judaico e ao jornal “Charlie Hebdo” foram motivados por intervenções militares da França no exterior. “Não se pode atacar sem esperar represálias”, diz.

Num vídeo divulgado na internet neste domingo (11/01), Amedy Coulibaly, autor do ataque a um mercado de produtos kosher em Paris na última sexta-feira, aparece jurando lealdade ao grupo radical “Estado Islâmico” (EI) e convocando os muçulmanos da França a seguir seu exemplo.

Segundo uma fonte antiterrorismo da França e grupo de inteligência SITE, baseado nos EUA, não há dúvida de que o homem que aparece na gravação em francês é Coulibaly.

O vídeo, com sete minutos de duração, aparenta ter sido feito para ser exibido após os ataques desta semana. O terrorista afirma que seu ataque ao mercado judaico e o atentado ao jornal satírico Charlie Hebdo, realizado pelos irmãos Said e Cherif Kouachi, seriam justificados por intervenções militares francesas no exterior.

“Não se pode atacar sem esperar represálias. Vocês estão se fazendo de vítimas, como se não entendessem o que está acontecendo”, diz no vídeo.

No vídeo, aparentemente filmado durante vários dias, Coulibaly aparece vestindo roupas diferentes, ao lado de armas, praticando exercícios físicos e discursando em frente a um emblema do EI.

“Jurei lealdade ao Califado logo que ele foi proclamado”, afirmou, fazendo referência a Abu Bakr Al-Baghdadi, líder do EI. O grupo radical atrai um número cada vez maior de militantes ao Iraque e à Síria.

Coulibaly foi morto pela polícia, após ter assassinado quatro pessoas durante o sequestro no mercado kosher, no mesmo dia em que os irmãos Kouachi também morreram numa operação policial ao norte de Paris. Ele também matou a tiros uma policial nos subúrbios da capital francesa no dia seguinte ao ataque ao jornal satírico Charlie Hebdo.

Durante o sequestro no mercado judaico, Coulibaly teria falado ao telefone com uma rede de televisão francesa e jurado lealdade ao EI. Ele também teria dito que planejou os ataques junto com os irmãos Kouachi. Mais tarde, a polícia francesa confirmou que os três faziam parte de uma mesma célula islamista no norte de Paris.

A companheira e possível cúmplice de Coulibaly, Hayat Boumeddiene, ainda é procurada pela polícia. Há relatos de que ela teria viajado para a Turquia e cruzado a fronteira para a Síria dias antes dos ataques.

RC/rtr/ap

Fonte: DW.DE / Plano Brasil

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