Será desenvolvida uma versão especial do MiG-35 para a Força Aérea Russa

A Força Aérea Russa (Voyenno-Vozdushnye Sily Rossii, em russo transliterado) terá uma versão do MiG-35 desenvolvida especialmente para as suas necessidades.

Segundo a agência de notícias russa “Interfax”, será assinado em março ou abril deste ano um contrato entre a VVS e a RSK MiG, fabricante do caça, para o desenvolvimento de uma versão “especial” do MiG-35 que atendará os requisitos da VVS. A nova versão terá um novo radar desenvolvimento pela JSC Kontsern Radioelektronnyye tekhnologii, também conhecida pela sigla Kret.

O MiG-35 é, de longe, o caça mais avançado da RSK MiG. O caça pertence a 4,5ª geração, porém é capaz de enfrentar com sucesso em combate aéreo caças da 5ª geração.

Em geral, o nível de soluções tecnológicas relacionadas com a 5ª geração de aviões de caça, faz do MiG-35 não ter análogos na Europa.

O MiG-35 é muito semelhante ao modelo anterior, o MiG-29, mas é fundamentalmente um caça diferente. O conceito aerodinâmico lindo do MiG-29 permitiu atualizar o motor antigo, o que aumentou em cerca de 50% a capacidade interna de combustível e mais do que duplicou, para 6.500 kg, a carga de combate.

O MiG-35 utiliza dois motores RD-33MK com empuxo máximo sem pós-combustor de 5,400 kgf e com empuxo vetorado de 9,000 kgf. Esses motores são equipados com uma câmara de combustão que não produz fumaça. Além disso conta com um novo sistema de controle de combustível eletrônico. Isso faz o MiG-35 ter um custo operacional quase 2,5 vezes menor que o MiG-29.

O MiG-35 possui uma aviônica atualizada, baseada no princípio de arquitetura aberta, o que permite que qualquer arma seja integrada facilmente ao caça. O MiG-35 pode levar sob suas asas os mais novos mísseis russos, incluindo os de longo alcance, o que permite atacar o inimigo sem que o caça entre no raio de ação de suas armas.

Olhos e ouvidos do novo MiG
No núcleo do sistema de controle de armas do MiG-35, esta o radar ativo (AESA) Zhuk-AE, desenvolvimento pela Kret. O radar multifuncional, permite o caça realizar missões de combate aéreo além do alcance visual, bem como atacar alvos aéreos e terrestres de modo simultâneo.

O Zhuk-AE tem um maior alcance de detecção em relação aos radares de outros caças de 4,5ª geração. Seu radar pode detectar e rastrear alvos a 200 km de distância.

O MiG-35 não é só o primeiro avião de combate russo com esse tipo de radar, mas também é o primeiro da Europa a voar com um radar AESA.

Lembremos que a RSK MiG é a primeira empresa aeronáutica a introduzir o radar PESA em um caça. Há 25 anos atrás, o MiG-31 se tornava o primeiro caça do mundo com um radar passivo. À época, o caça voou com um radar Zaslon, desenvolvido pela NIIP im. Tikhomirova, agora parte do consórcio Kret.

Apesar do radar Zhuk-AE ser novo e muito promissor, ele não agradou os militares russos. Por falar nesse radar, ele foi um dos motivos que fizeram o MiG-35 ser excluído de uma concorrência na Índia.

A Kret trabalha em um novo radar para o MiG-35 “especial”, o MIGa, que ainda carece de informações para o público. Além disso, o caça terá um novo sistema de navegação, o PrNK-35, desenvolvido pela  Ramenskogo priborostroitel'nogo KB (RPKB). Esse sistema inclui um moderno sistema de navegação inercial e por satélite.

Para a defesa do MiG-35, está sendo finalizado uma nova estação de guerra eletrônica de nomenclatura EPS-518, criada por outra empresa da Kret, a KNIRTI.

O Informante