Kavoshgar-4, foguete de transporte do satélite Fajr |
Há apenas duas semanas, um idiota publicou o que se lê adiante, no Blog “War Is Boring”:
Depois de seis anos de gastos massivos e incansável propaganda, dia 9 de janeiro, afinal, Teerã encerrou seu muito confuso programa espacial. O cancelamento, sem cerimônias, passou sem ser noticiado na imprensa iraniana.
As autoridades estão redistribuindo a mão de obra, instalações e patrimônio pelos vários ministérios, incluindo o Ministério das Telecomunicações e o Ministério da Defesa.
Hossein Dehqan |
Teerã, 2/2/2015, IRNA – O Diretor de Projetos das Indústrias Aeroespaciais do Irã, Mehdi Sarvi, informou nesta 2ª-feira (2/2/2015) que o satélite Fajr fez seu primeiro contato com a estação em terra, horas depois de lançado e posto em órbita.
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Durante a cerimônia, o Ministro da Defesa do Irã, general-brigadeiro Hossein Dehqan disse que o projeto só foi levado a termo graças ao sincero empenho dos cientistas iranianos.
Desenvolvido com tecnologia e know how autóctones, disse ele, o satélite, que recebeu o nome de “Fajr” [lit. “Alvorada”] é prova das altas competências dos lançadores iranianos de satélites.
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O ministro referiu-se à possibilidade de o país desenvolver e projetar toda uma nova geração de lançadores de satélites, e entrar também no mercado mundial de serviços espaciais, usando o potencial doméstico e planejando complexas missões espaciais, como algumas das conquistas do mesmo projeto.
Congratulações ao Irã, pelo sucesso do lançamento.
Tumultos na Venezuela |
A CIA e o Departamento de Estado também estão envolvidos no serviço de insuflar as manifestações que estão acontecendo na Hungria. Mais um ataque contra governo eleito que não anda na linha que o governo dos EUA lhe ordena que ande. Na mesma fila, depois da Hungria, já está o novo governo da Grécia.
Protestos na Hungria (1/2/2015) |
Mas insuflar revoluções coloridas, protestos e golpes muitas vezes não basta para destruir governo do qual os EUA não gostem. Numa entrevista recente, Alastair Crooke chama atenção para a mais nova arma no arsenal de Washington para “mudança de regime” – a guerra financeira:
A Ordem Internacional depende mais do que ordenem o Tesouro e o Federal Reserve dos EUA, do que do que diga a ONU.
Alastair Crooke |
Começou principalmente com o Irã, e desenvolveu-se a partir dali. No livro “Treasury's War” [“Guerra do Tesouro], a ferramenta que promove a exclusão do sistema financeiro global denominado em dólares é descrita como uma “bomba de nêutrons”. Quando se trata de isolar um país, o Tesouro dos EUA lança uma “letra escarlate” que declara que tal ou tal banco é, de algum modo, suspeito de ter ligações com algum movimento terrorista – ou de estar envolvido em lavagem de dinheiro. O autor do livro Guerra do Tesouro [Juan Zarate], que foi arquiteto-chefe da moderna guerra financeira e ex-alto funcionário do Tesouro e da Casa Branca, diz que a tal letra escarlate é bomba muito mais potente que qualquer arma militar.
Esse sistema em que tudo depende da hegemonia do dólar já não exige que os EUA dependam da ONU ou de controles sobre o Tesouro dos EUA supervisionado por Steve Cohen – reflexo do fato de que as ferramentas militares tornaram-se menos acessíveis ao governo dos EUA, por razões políticas domésticas.
Crooke crê que a queda do rublo russo há algumas semanas foi arquitetada pelo Tesouro dos EUA. Não tem muita certeza contudo sobre David S. Cohen, homem que implementou os instrumentos de guerra financeira contra Irã e Rússia. Esse homem já não está no Tesouro dos EUA, mas é o novo número 2 na CIA. É o que se precisa saber sobre a intensidade com que os EUA planejam servir-se dessas novas armas.
Qualquer país que não faça o que Washington deseja é agora ameaçado com aniquilação financeira. China e Rússia estão preparando defesas contra essa ameaça, mas países menores têm pequena chance de escapar a esses ataques.
A imprensa-empresa, claro, nada noticiará, nada investigará e não se meterá nessas coisas. Se a economia de algum país começar a ser afogada (vide a Venezuela) por causa de fortes manipulações dos EUA nos mercados financeiros, a culpa será sempre do governo estrangeiro e de suas “políticas econômicas irresponsáveis”; e a imprensa-empresa imediatamente se porá a exigir e apoiar “mudança de regime”.
Redecastorphoto
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