No desespero em que os brigadeiros argentinos se encontram para resgatar um mínimo de potencial de interceptação e superioridade aérea para as suas unidades de combate, fornecedores estrangeiros de sistemas aéreos deflagraram um verdadeiro vale tudo.
Representantes da indústria aeronáutica israelense foram autorizados a, na próxima semana, fazer uma visita à Área de Material Río Cuarto, na Província de Córdoba – principal complexo de reparos da Força Aérea Argentina (FAA) –, com o objetivo de avaliar se seria possível fazer ali a restauração da capacidade operacional de, ao menos, uma parte dos Lockheed Martin A-4AR Fightinghawk da V Brigada Aérea, sediada em Vila Reynolds, na Província de San Luis.
A recuperação dos A-4 argentinos – que apresentam graves deficiências em alguns de seus sensores, e têm o armamento parcialmente desativado – teria como condição a compra, pelos argentinos, de um pequeno lote de caças-bombardeiros (12 ou 14 unidades) – operação comercial que vem sendo estudada pelo comando da FAA há pouco mais de um ano.
O entusiasmo inicial dos argentinos com a perspectiva de operar o Kfir foi duramente abalado pelas cinco perdas de aeronaves desse tipo por parte da Força Aérea Colombiana no espaço de apenas cinco anos e meio.
Plano Diretor - As facilidades industriais encontradas em Río Cuarto, reunidas em 25.000 m² de hangares e oficinas, são únicas na Argentina. O complexo dispõe de duas pistas asfaltadas, serviço de inspeção em células (airframe), laboratório de ensaios não destrutivos, químicos e de metrologia, além de departamento de Engenharia e de um centro de ensaios em voo.
Todo o esforço dos brigadeiros argentinos está, nesse momento, direcionado à necessidade de garantir capacidade de combate à aviação militar pelos próximos cinco ou seis anos, até que sua instituição possa receber interceptadores ou caças-bombardeiros novos, procedentes da indústria aeronáutica chinesa.
No último dia 30 de janeiro, uma reunião da cúpula da Força Aérea Argentina convocada para definir o Plano Diretor da corporação, estabeleceu que os antiquados caças Mirage III e Dagger da VI Brigada Aérea – que têm entre 30 e 40 anos de uso – precisarão permanecer voando até o primeiro semestre de 2017.
Foi por esse motivo que, no início do mês, a FAA abriu uma licitação para a manutenção “preventiva e corretiva” dos simuladores de voo dos sistemas Mirage e Dagger, conforme o Poder Aéreo informou, com exclusividade, no último dia 21.
Sabe-se agora que o contrato de manutenção terá a vigência de 24 meses – ou seja, só vai expirar no início de 2017. Os simuladores em questão, instalados na Base Aérea de Tandil (Grande Buenos Aires) são equipamentos do início dos anos de 1980 (com tecnologia da década de 1970), “modernizados” com pequenas telas de cristal líquido.
Poder Aéreo
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