Paris e Cairo estão prestes a concluir um plano de financiamento para aquisição, por parte do Egito, de 24 caças Dassault Rafale.
O valor do negócio, que também inclui a aquisição de uma fragata multimissão FREMM, pode chegar a 6 bilhões de EUR (US$ 6,88 bilhões).
Os governos de ambos os países estão atualmente trabalhando nos detalhes do financiamento, que terá seguro de crédito contratado junto à seguradora francesa COFACE (Compagnie Française d’Assurance pour le Commerce Extérieur), cobrindo mais de 50% do negócio.
A negociação foi iniciada em setembro de 2014, à margem da última Assembleia Geral das Nações Unidas. Na ocasião, o Presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, abordou o Presidente da França, Francois Hollande, e expressou seu desejo em adquirir os caças, juntamente com a embarcação. O Egito tem pressa e quer ter esses equipamentos (ou parte deles) disponíveis por conta da inauguração do novo Canal de Suez, prevista para o segundo semestre de 2015.
Uma delegação egípcia, em seguida, viajou à Paris, no final de 2014, para iniciar as negociações. Da mesma forma, o CEO da Dassault, juntamente com altos executivos da DCNS e MBDA viajaram recentemente ao Cairo, dando segmento às conversações.
Em virtude da situação econômica e fiscal do Egito, o governo francês vai financiar apenas parte do negócio, o que gerou, num primeiro momento, a especulação de que o Egito pudesse rever as quantidades de equipamento a serem adquiridas, entretanto, ao parece, isso não foi necessário, com a sinalização de que todas as provisões financeiras haviam sido obtidas.
De acordo com a atual legislação francesa, 40 dos 66 caças Rafale programados para serem produzidos pela Dassault entre 2016 e 2019 devem, obrigatoriamente, destinar-se à exportação, incluindo 7 já em 2016. Para a França, independente do eventual risco financeiro envolvido no negócio com o Egito, exportar o Rafale é imperativo.
Ainda essa semana, o plano de financiamento para o Egito deve estar concluído, bem como tratadas asquestões relacionadas à utilização do Rafale, para efeitos de garantia. O financiamento francês se dará através de um consórcio bancário com a participação do BNP Paribas, Societe Generale e Credit Agricole.
A expectativa é que o contrato seja assinado nos próximos dias, assim como também seja efetuado o pagamento do sinal, da ordem de US$ 500 milhões. Trata-se de um montante considerado acima do usual, e por boas razões, haja vista o Egito vai furar a fila. A fragata FREMM que está sendo adquirida está quase pronta, e seria destinada à Marine Nationale (Marinha Francesa), da mesma forma, para o Rafale pode voar neste verão sobre novo Canal de Suez, os primeiros caças a serem entregues serão aqueles cuja finalização esteja em estágio mais avançado na linha de montagem da Dassault, originalmente destinados à Armée de l’Air.
E assim o Egito, com o inequívoco apoio financeiro saudita, está prestes a se tornar o primeiro operador internacional do Rafale, assim como, em 1981, o fez com o Mirage 2000.
FONTE: Les Echos.fr (com informações da AFP), Reuters – Edição: Cavok
IMAGENS: Internet, e meramente ilustrativas
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