Criação de míssil hipersônico deve levar de oito a dez anos Foto: TASS
Imprensa russa noticiou a criação de um combustível especial para mísseis e aparelhos hipersônicos, bem como o desenvolvimento do caça PAK FA com motor que funciona sem oxigênio. Paralelamente, joint venture russo-indiana anunciou ter entrado na fase final dos trabalhos de um míssil de velocidade hipersônica.
Na semana passada, o diretor-geral da holding Aviatsionoe Oborudovanie (que faz parte da corporação estatal Rostec), Maksim Kuziuk, anunciou um novo motor para o PAK FA que pode trabalhar sem oxigênio.
“Ao criarmos o PAK FA tínhamos como tarefa garantir o funcionamento do motor sem necessidade de oxigênio. O sistema de plasma da ignição foi instalado na câmara principal de combustão e pós-combustão”, disse Kuziuk, ressaltando se tratar de um sistema sem análogos no mundo. “A novidade está no injetor com sistema de plasma: a formação do arco de plasma se dá em paralelo com o fornecimento do querosene.”
Corrida contra os EUA
A inovação deve gerar uma economia significativa em termos de custo. No entanto, o lançamento do novo motor não tem apenas caráter econômico. É também mais um passo para a criação de aparelhos hipersônicos, nos quais essa tecnologia é vital.
Enquanto o mundo inteiro assiste aos testes do míssil norte-americano hipersônico X-51, que nos últimos ensaios apresentou um voo estável e atingiu velocidade de Mach 5,1, trabalhos semelhantes estão sendo conduzidos na Rússia, ainda que sob absoluto segredo. Não se sabe sequer o suposto nome ou código do futuro produto.
O míssil Kh-90, cuja maquete foi apresentada em uma série de exposições no início dos anos 2000, foi descartado há três anos pelos seus criadores da MKB Raduga. Segundo eles, os trabalhos haviam sido interrompidos e sequer tinham conhecimento de qualquer outro projeto da mesma área.
Por outro lado, ainda em 2013, o vice-primeiro-ministro russo, Dmítri Rogózin, disse que “os testes prosseguiam” e que eles “eram completamente secretos, mas a Rússia não estava atrasada em relação aos EUA”.
Projetos confirmados
Já na semana passada, o vice-ministro da Defesa, o general Dmítri Bulgákov, disse que os cientistas russos desenvolveram uma receita de combustível que proporciona a futuros motores hipersônicos uma velocidade superior a Mach 5.
Mas a notícia mais concreta sobre trabalhos da Rússia no que diz respeito a armas hipersônicas foi relatada na Índia. Durante a última semana da feira aeronáutica Aero India 2015, o CEO da BrahMos Aerospace Ltd, Sudhir Mishra, disse que a criação de um míssil hipersônico levará de oito a dez anos. “Esse será o primeiro míssil hipersônico do mundo”, acrescentou.
Gazeta Russa
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