O comando da Força Aérea Uruguaia (FAU) decidiu retirar de serviço, temporariamente, os seus cinco bimotores de ataque ao solo FMA A-58 Pucará, de fabricação argentina, que constituem a dotação do Esquadrão Aéreo I, de Ataque, pertencente à II Brigada Aérea, sediada na cidade de Durazno.
As aeronaves vêm apresentando um desgaste excessivo em seus trens de pouso, que já não são mais produzidos pela Fábrica de Aviones Brigadier San Martín (FAdeA), da Província argentina de Córdoba.
Os argentinos também informaram aos uruguaios que já não dispõem dos suprimentos que poderiam permitir uma reconstrução dos equipamentos de aterrisagem.
A aviação militar uruguaia comprou 11 Pucarás em 1980, e mais dois em 1998 (além de três aparelhos pertencentes à Força Aérea Colombiana, que foram adquiridos para serem canibalizados). Do lote inicial restam apenas três aeronaves. Esses aviões e mais os dois com 17 anos de uso é que formam a dotação do Esquadrão I.
Ultimamente os Pucarás vinham apresentando problemas nos motores franceses Turbomeca Aztazou XVI-G (que também estão fora de linha), e na conservação do plexiglass da cobertura da cabine do aparelho. Mas o desgaste dos trens de pouso se revelou uma deficiência ainda mais difícil de ser contornada.
Na segunda semana de julho do ano passado, durante a 3ª Reunião da Comissão de Diálogo Bilateral constituída pelos ministérios da Defesa da Argentina e do Uruguai, delegações dos dois países examinaram a possibilidade de a FAdeA propor um plano de modernização para os Pucarás uruguaios – mas esse entendimento nunca avançou.
Equador - O “groundeamento” dos Pucarás enfraquece ainda mais a aviação de combate uruguaia que, recentemente, precisou obter no Equador três jatos subsônicos A-37 Dragonfly, como forma de manter o adestramento de seus pilotos em missões de interceptação e de superioridade aérea.
Nesta terça-feira, durante o desfile aéreo que marcou o 102º aniversário de criação de suaFuerza Aerea, os uruguaios conseguiram que meia dúzia de A-37 sobrevoassem o local da cerimônia em formação.
O governo de Montevidéu se interessou por adquirir uma dezenas de caças supersônicos F-5E dos estoques da aviação militar da Suíça, mas alguns desses aviões apresentaram rachaduras na junção das asas com a fuselagem, e todo o lote suíço está, agora, sendo revisado.
Uma alternativa à retirada em definitivo dos Pucarás seria a aquisição, pelos uruguaios, de um pequeno número de monomotores Embraer A-29 Super Tucano, mas o plano não encontra boa receptividade entre os pilotos de combate da FAU, que gostariam de deixar de lado a ideia de voar mais um aparelho turboélice. Além disso, eles consideram a aeronave brasileira excessivamente cara.
A empresa sul-coreana KAI oferece aos militares uruguaios uma versão armada de seu treinador KT-1, ao custo unitário de 7 milhões de dólares. Um Super Tucano tem o seu custo estimado entre 6 e 11 milhões de dólares.
Poder Aéreo
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