Segundo as palavras do presidente ucraniano, ele já chegou a um acordo com o lado romeno sobre a coordenação de ações quanto à Transnístria – “para contribuir para a descongelação deste conflito, para ajudar a Moldávia independente e soberana a restabelecer sua integridade territorial e reintegrar a região transnistriana”.
Não se especificam os meios como a Ucrânia e Romênia alcançarão este objetivo.
Geograficamente, a Transnístria fica situada entre a Ucrânia e a Moldávia.
Na altura, o conflito armado entre independentistas transnistrianos e o exército moldavo foi parado com a ajuda de contingentes russos. A República Transnistriana conseguiu manter a independência da Moldávia mas não recebeu reconhecimento internacional.
Na zona do conflito congelado têm forças de paz, inclusive militares moldavos, russos e transnistrianos. Os políticos moldavos apelaram repetidamente para a retirada das tropas russas, considerando sua presença como ocupação mas Rússia e Transnístria negaram estas acusações frisando que militares russos são garantes da paz nesta região.
Assim, parece que, se a Ucrânia quiser descongelar o conflito transnistriano para ajudar a Moldávia a restabelecer o controle sobre este território, terá que enfrentar os militares russos do contingente de paz. Tomando em conta o conflito com as milícias independentistas em Donbass no leste da Ucrânia, que somente agora começa a ser regularizado, a decisão de Kiev de envolver-se no conflito transnistriano seria uma ideia puramente precipitada.
O chanceler russo Sergei Lavrov por sua vez acusa Ucrânia de bloqueio econômico da Transnístria e de uma tentativa de forçar autoridades transnistrianas a aceitar as condições da Moldávia. O ministro do Exterior russo frisou que a Rússia e a Ucrânia não são somente moderadores, mas também garantes no conflito entre Chisinau (capital da Moldávia) e Tiraspol (capital da Transnístria) e que EUA, União Europeia e OSCE são observadores.
O cientista político transnistriano Andrei Safonov acha que a Ucrânia neste momento está perante uma escolha muito difícil. Se as autoridades ucranianas de fato entrarem em conluio com a Romênia [para reintegrar a Transnístria na Moldávia; a Romênia é às vezes considerada como um ‘irmão mais velho’ da Moldávia], seria uma traição não só aos eslavos em geral, mas também aos cidadãos ucranianos que vivem na Transnístria. Tal conluio provaria que as autoridades ucranianas são completamente governadas por norte-americanos. Esta conclusão também se impõe porque as contradições entre a Ucrânia e a Romênia sempre foram agudas: Bucareste nunca escondeu suas reclamações territoriais em relação a algumas regiões no sudoeste da Ucrânia. Para forçar Kiev a assinar tal acordo com Bucareste é preciso um “governador” exterior.
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