Se vende como “Internet Grátis” e os meios de comunicação encarregaram a Mark Zuckerbergde lhe dar esta fama. Falo do Internet.org, o plano do Facebook que busca levar internet a áreas sem conexão.
A simples vista parece um projeto muito nobre, mas existem certas coisas que devem ser tomadas em conta e que nem Mark Zuckerberg nem os meios de comunicação nos contam sobre o mesmo.
Para começar, Internet.org não é um projeto que busca levar internet grátis. É só uma aplicação móvil que inclui acessos diretos a pouco mais de 15 sites entre serviços governamentais de cada país onde chega o serviço, Facebook (óbviamente), Wikipédia, AccuWeather e outros sites adicionais.
Os proprietários de cada site mencionado assinaram com o Facebook para ser incluídos nesta aplicação. Um acordo deste tipo atenta gravemente contra os princípios que regem a internet,pois privilegia um par de serviços fazendo impossível uma livre concorrência.
Talvez em seu país as ISP’s costuman dar “internet grátis” para Facebook, Twitter e Whatsapp. Isto é precisamente o mesmo, mas com um alcance um pouco mais amplo e com pequenas personalizações para cada país. Serviços baseados em API’s abertas como Telegram ou redes sociais livres e descentralizadas como Diaspora, não serão beneficiados pela suposta internet grátis.
Para completar o panorama, Internet.org faz uma aliança com um ISP local para sua introdução. Em Colômbia foi a Tigo e no Panamá o escolhido foi Digicel (e já há planos de expansão a outros países da latinoamérica). Este último caso foi o mais controverso, já que nem as instituições que velam pela livre concorrência, nem as outras empresas que operam na área sabiam deste lançamento.
Mark Zuckerberg se aproveitou da ignorância dos meios de comunicação e da atenção a nível nacional da Cumbre das Américas para conseguir a aprovação deste projeto. Considerando que este país já conta com um projeto de internet gratuito e que o investimento já foi realizado, é completamente ridículo que uma única empresa queira controlar a forma como pessoas sem recursos devem conectar-se, uma vez mais violando os princípios que mantêm a internet como um campo nêutro.
Muitas pessoas comentaram que “pelo menos é grátis” e isso também é falso. Em cada país onde o Facebook faz uma aliança com um ISP local, se acorda com dito convênio que cada governo deve subsidiar a operadora de internet pela utilização gratuita de suas redes. Conclusão, o dinheiro sairá de nossos impostos, assim que não devemos confundir este grande negócio com caridade porque não é.
O Instituto Panamenho de Direito e Novas Tecnologias (IPANDETEC), se opõe completamente aInternet.org pela razões planteadas. Por esta razão criamos uma petição em Change.org para conseguir que se revise o acordado nestas negociações, nos ajudaria muito sua assinatura e que compartilhasse em suas contas de redes sociais, enviando e-mails ou qualquer outra vía. A internet aberta agradece.
Fonte: ramonramon.org
Caminho Alternativo
Nenhum comentário:
Postar um comentário