(13-05-2015) O Ministro de Exterior da Argentina expressou a seu par estadunidense a preocupação de Buenos Aires pela nomeação do principal lobista dos fundos abutre a frente de uma ONG que aparentemente apoia um programa social no país austral.
Através de uma carta, o chanceler Héctor Timerman manifestou na terça-feira o descontentamento do Governo argentino pela designação de Robert Raben, diretor executivo daAmerican Task Force Argentina (ATFA), a frente de uma organização não governamental (ONG) que apoia a iniciativa do mandatário dos EUA, Barack Obama, para ampliar as possibilidades de inserção da juventude no mercado trabalhista e combater a desigualdade de oportunidades.
“O Sr. Raben instrumentou em nome da ATFA uma campanha difamatória e injuriosa de proporções inauditas contra o povo e as mais altas autoridades de meu país”, explicou Timerman a John Kerry, secretário de Estado estadunidense.
Robert Raben, funcionário da American Task Force Argentina (ATFA)
Também, aclarou que o grupo lobista defende aos fundos abutres e seu objetivo é obter lucros em detrimento do povo argentino e, inclusive, dos credores estadunidenses que formam quase um grande número do fundo.
“O caso da Argentina não é um caso isolado. Fundos como aqueles representados pelo Sr. Raben causaram um dano imperdoável a muitos dos países mais pobres do mundo”, reza o texto do chefe da Diplomacia argentina.
Em outra parte de suas advertências, recordando a recusa de todo o mundo em quanto as ações da AFTA, asseverou que seus atos geram incerteza no mercado financeiro internacional.
Anteriormente, a presidenta argentina, Cristina Fernández de Kirchner, num discurso dirigido a Obama tinha citado que a ATFA beneficia a um punhado de fundos abutre que pretendem obter lucros exorbitantes interrompendo o direito soberano à reestruturação da dívida externa.
Deste modo, indicou que a agrupação é uma entidade que destina milhões de dólares no Congresso dos Estados Unidos a lobbies contra a Argentina.
A mandatária argentina, durante seu discurso diante a reunião anual da Assembléia Geral das Nações Unidas (AGNU), celebrada em setembro de 2014, qualificou as ações dos denominados fundos abutre de “terrorismo econômico e financeiro”.
O país sulamericano mantêm um litígio com os fundos especulativos (abutres) que exigem a Buenos Aires aceitar a sentença de um tribunal federal de Nova York a seu favor por US$1.33 bilhão por bônus da dívida em default adquiridos desde 2001.
Se bem o país sulamericano têm normalizada 93% de sua dívida pública, o destino de 7% remanescente, em mãos de credores que recusam as reestruturações de 2005 e 2010, ficou sujeita a batalhas judiciais.
No passado fevereiro, o ministro de Economia argentino, Axel Kicillof, tachou aos fundos abutre de mafiosos por suas exigências ao Governo de Buenos Aires, e assegurou que Argentina não pagará mais que 400 milhões de dólares a estes fundos.
Agora, Argentina têm até 17 de março para dar sua posição e logo os demandantes poderão responder até 7 de abril.
Fonte: hispantv.com
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