Tradução: Caminho Alternativo
Informação de imprensa
Estimados jornalistas:
No dia de hoje, e durante 4 horas, prestei declaração testemunhal diante o Juizado Penal Federal Nº 10, a cargo do Dr. Julián Ercolini, pela minha denúncia sobre a presunta comissão de traição à Pátria e outros graves delitos que poderiam ter cometido diretores da AMIA e da DAIA e outras pessoas de reconhecida atuação pública.
Ao finalizar a audiência, o juizado me informou que estava em liberdade de ação para dar a publicidade minhas declarações, pois ainda não se estabeleceu o segredo de sumário. Ainda assim, me limitarei a dar alguns alinhamentos gerais que mostrei nessa audiência, sem entrar em detalhes cuja divulgação poderia prejudicar a investigação judicial.
Em primeiro lugar, ratifiquei em todas suas partes minha denúncia, já que ela se baseia exclusivamente sobre as categóricas afirmações do Sr. Jorge Elbaum em suas notas publicadas por Página/12 em 18 e 22-04-2015.
Para isto, analisei ponto por ponto as notas de Elbaum e mostrei ao juizado que o fio condutor de ditas notas é a chamada “rota do dinheiro” ou “circuito do dinheiro”. A respeito, assinalei que Elbaum titulou sua primeira nota muito sugestivamente como “Abutres, Nisman, DAIA, a rota do dinheiro“. Por sua vez, as notas de Elbaum dão conta de numerosos episódios que conduzem a esse mesmo título, até culminar na claríssima frase: “as chamativas coincidências (que relata em sua nota), poderiam titular-se como ‘rota do dinheiro’”.
Por outro lado assinalei que, da leitura pormenorizada das notas de Elbaum, também surge com claridade que está denunciando a existência de uma verdadeira confabulação de setores estrangeiros e nacionais para, ao menos debilitar, e ainda anular o poder de decisão soberana de nossa Nação em atuais ou futuros problemas econômicos, políticos, estratégicos e territoriais.
Em aval e respaldo de tais deduções das notas de Elbaum e sempre sob juramento, pois declarava como testemunha, entreguei ao Juizado uma abundante documentação que reuni há 30 anos.
A respeito, entreguei ao Juizado documentação pessoal demonstrativa de que:
1.- Cada vez que houve crise da dívida externa, como hoje com os chamados “abutres”, a dirigência argentina, em geral, não defendeu devidamente os interesses e os legítimos direitos de nosso país.
2.- Que diante tal crise, a mencionada dirigência têm sido débil frente aos golpes ou explícitas tentativas de seus credores, ou os sócios deles, de ficar com parte de nosso território.
3.- Que na investigação do atentado à AMIA, é manifesta a intervenção indevida dos EUA e Israel para que culpemos os iranianos, assim como a tenacidade de ambos países em negar-se a dar-nos provas sobre sua afirmação. Tudo isto demonstra que essas duas potências estrangeiras sabem algo mais sobre aquele horrível atentado e o estão ocultando.
4.- Que isso permite afirmar que a Argentina têm hoje 3 verdadeiras hipóteses de conflito no sentido político e militar do término: a dívida externa, que nos enfrenta com o poder financeiro internacional e as potências estrangeiras onde se assenta dito poder; a investigação não resolvida sobre os atentados à AMIA e à embaixada de Israel, que permite aos EUA e Israel seguir pressionando e intrometer-se em nossos problemas internos, e a ocupação das Malvinas por uma potência da OTAN, com clara vinculação com o futuro das Ilhas do Atlântico Sul, da Antártida e ainda da Patagônia.
Sobre este último ponto entreguei ao Juizado a seguinte documentação:
a).- Meu trabalho “Dívida por Território”, que data de 2002 e demonstra que desde os setores de poder internacional insistiram em que pagássemos a dívida com parte de nosso território.
b).- Minha denúncia contra o ex-ministro de Educação de Alfonsín, Sr. Rajneri, quem em seu “Diario Río Negro” publicou uma série de 10 notas tentando demonstrar que Grã Bretanha tinha melhor direito que a Argentina sobre as Malvinas.
c).- As públicas declarações do Dr. Carlos Escudé nas que sustenta, em 2002, que a província de San Luis tinha direito e lhe convinha separar-se da Argentina e pedir sua anexação ao Chile.
d) Minha denúncia judicial de 2002 contra o ex-presidente Dr. Duhalde e outros governantes daquela época, por não ter tomado as medidas indispensáveis para combater as tentativas estrangeiras e locais mencionadas.
e).- As intensas gestões dos governos dos EUA, a Argentina e Israel, realizadas em 1985 e 1986 diante a União Soviética, para radicar na Patagônia milhares de famílias russas, que segundo os peticionantes, estariam sendo perseguidas por sua religião na Rússia.
f).- A documentação que trouxe da Patagônia entre 1991 e 1992, sobre a presença de militares israelenses que visitavam a zona de Calafate como mochileiros. Essa viagem eu a realizei no meu caráter de embaixador para Imigração com Capital, e por pedido da Direção de Assistência de Zonas Fronteiriças do Ministério de Bem-estar Social.
g).- Finalmente, entreguei ao Juizado cópia de algumas páginas dos livros ArgenLeaks e PolitiLeaks, onde se relata a intervenção direta e desmascarada da Embaixada norteamericana na investigação que realizava o Dr. Nisman na causa AMIA, e a total obediência deste frente aos desejos dos EUA.
Buenos Aires, 7 de maio de 2015
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