As imagens foram publicadas no sábado pela mídia norte-coreana.
A evidência está nas fotografias: nelas aparece o líder norte-coreano Kim Jong-un observando o lançamento de um míssil desde um submarino.
O teste não pôde ser verificado de forma independente.
Mas os analistas asseguram que, como Coréia do Norte afirma ter várias ogivas nucleares, este último acontecimento – do lançamento de mísseis submarinos – é um avanço significativo em seu arsenal nuclear.
Para a Coréia do Sul o fato “é muito preocupante”.
Segunda-feira passada o governo em Seul indicou que, após analizar as fotografias publicadas o sábado, concluiu que o teste era “muito sério”.
E informou que a Coréia do Norte poderia ter uma frota de submarinos capaz de lançar mísseis em menos de cinco anos.
O teste do míssil submarino não pôde ser verificado.
O líder norte-coreano, disse que seu país conta agora com “uma arma estratégica a nível global capaz de atacar e destruir, em qualquer mar, as forças hostis que transgredirem a soberania e a dignidade (da Coréia do Norte)”, segundo informaram os meios estatais do país.
O fato é que, tanto a Coréia do Sul como o resto da comunidade internacional, estão considerando os acontecimentos e a gravidade.
Até que ponto são tão reais as ameaças nucleares da Coréia do Norte?
“As afirmações sobre a capacidade militar da Coréia do Norte sempre devem ser tomadas com ceticismo” assegura o correspondente da BBC na Coréia do Sul, Stephen Evans.
“As fotografias publicadas nos meios estatais podem ou não estar alteradas, talvez para projetar a imagem de Kim Jong-un de forma proeminente com relação ao lançamento do míssil”.
No entanto, acrescenta o correspondente, a Coréia do Sul está considerando os fatos seriamente.
Analistas do Instituto da Coréia do Sul da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, informaram recentemente que imagens de satélite mostravam que “o castelo de um novo submarino norte-coreano, que foi visto pela primeira vez em julho de 2014, aloja possivelmente um ou dois sistemas de lançamento vertical para mísseis balísticos ou de cruzeiro”.
Os mesmos acadêmicos também disseram que as imagens de satélite indicavam que a “Coréia do Norte vem atualizando suas instalações no Estaleiro do Sul de Sinpo em preparação para um programa importante de construção naval, possivelmente vinculado ao desenvolvimento de submarinos”.
Acredita-se que a Coréia do Norte poderia ter uma frota de submarinos capaz de lançar mísseis em menos de cinco anos.
Por que é preocupante este último teste?
Se for confirmada a afirmação da Coréia do Norte de que realizou testes bem sucedidos de um míssil lançado desde um submarino, seria um avanço significativo em seu arsenal.
Nada se sabe seguramente sobre a capacidade nuclear de Pyongyang, mas os analistas indicam que a Coréia do Norte tem várias ogivas.
Com a confirmação de que os mísseis foram lançados desde um submarino, isto seria um novo desafio tanto para os Estados Unidos, como para os seus aliados regionais, a Coréia do Sul e o Japão, que vem tratando de melhorar suas capacidades de defesa de mísseis contra qualquer ataque norte-coreano.
Os mísseis lançados desde submarinos são mais difíceis de detectar e de interceptar.
“A Coréia do Sul e os Estados Unidos já consideram a instalação de um escudo de defesa anti-mísseis, que teria um enorme custo, mas este não seria efetivo com os mísseis lançados desde submarinos”, explica Stephen Evans.
“E ainda que não seja claro se os mísseis teriam ogivas nucleares, a Coréia do Norte afirma estar desenvolvendo”.
Isto pode representar uma capacidade de lançar uma bomba nuclear?
A Coréia do Norte realizou, como tem afirmado, testes nucleares bem-sucedidos em 2006, 2009 e 2013.
Mas até agora não se sabia que tinha capacidade de lançamento de mísseis desde submarinos.
Também acredita-se que tem estado tratando de desenvolver um dispositivo nuclear suficientemente pequeno para poder colocá-lo em um míssil balístico.
A Coréia do Sul diz estar “muito preocupada” pelo último teste de Pyongyang.
Mas até agora não está claro se teve êxito. E isto é um passo crucial para que as suas ameaças de mísseis nucleares ocorram de fato.
Os analistas crêem que Pyongyang possui suficiente plutônio para fabricar ao menos seis bombas. Mas não se sabe se nos testes de 2013 utilizou plutônio ou urânio.
E ainda em 2013 indicou que teve êxito em “miniaturizar” um dispositivo nuclear, não há como comprovar com certeza.
O que significa termos uma Coréia do Norte “em poucos anos” com uma frota de submarinos capaz de lançar mísseis?
“O teste com o submarino indica que certamente está avançando mais rápido do que anteriormente se pensou sobre o desenvolvimento das armas nucleares com capacidades de atacar a muito curto prazo”, assegura o correspondente da BBC, Stephen Evans.
“Os mísseis lançados desde submarinos mudam drasticamente o cálculo que qualquer alvo potencial deve fazer, porque o sistema de advertência é muito mais curto que com os mísseis baseados em terra”, explica Evans.
A Coréia do Norte anunciou a realização de “testes nucleares” em três ocasiões.
Projetos de mísseis portadores de ogivas nucleares da Coréia do norte e a ameaça aos países vizinhos.
Também disse que com os mísseis baseados em terra os preparativos podem ser detectados, o que não ocorre com os lançados desde submarinos.
“O que se calcula até agora sobre o arsenal nuclear da Coréia do Norte é que pode fabricar 20 armas, mas não se sabe se pode criá-las suficientemente pequenas para colocá-las em mísseis”.
“O que se sabe – disse o correspondente – é que a ambição está ali. Assim disse a chancelaria norte-coreana: que suas forças nucleares são ‘uma espada rica e poderosa’ para ‘proteger a soberania do seu país'”.
“Talvez agora esteja avançando mais rápido do que se pensou”, finaliza Stephen Evans.
Traduzido para publicação em dinamicaglobal.wordpress.com
Fonte: BBC
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