A Embraer SA, maior fabricante de equipamentos de defesa do Brasil, está buscando elevar as exportações no segmento em um momento em que o governo federal negocia a redução do escopo de seu projeto de modernização de aeronaves militares.
“O setor de defesa sempre estará alinhado com o governo, mas o meu desafio é aumentar as exportações”, disse Jackson Schneider, presidente da Embraer Defesa & Segurança, em entrevista, em Nova York. “Preciso reduzir minha dependência em relação ao Brasil e ampliar as exportações elevando o número de produtos oferecidos, que é o que estamos fazendo”.
A Embraer está enfrentando as medidas de austeridade adotadas pelo governo para combater a aceleração da inflação e a estagnação econômica. O governo brasileiro devia R$ 850 milhões (US$ 279 milhões) à Embraer até 30 de abril, e as duas partes estão negociando os pagamentos. O governo brasileiro tem retido pagamentos a setores que vão do transporte à educação como forma de equacionar as contas públicas e preservar o grau de investimento.
A Embraer tem 10 campanhas de vendas ativas fora do Brasil pelo avião Super Tucano, disse Schneider. Pelo menos um pedido pelos turboélices deve ser anunciado neste ano, disse ele. Na nova categoria de produto, a Embraer está trabalhando com a Saab AB para construir caças Gripen de dois assentos no Brasil para vender no exterior.
A Embraer está desenvolvendo aviões de transporte militar KC-390. O governo brasileiro dá suporte à iniciativa e encomendou 28 unidades. Os pagamentos estão atrasados desde o ano passado. A Embraer também tem contrato com governo brasileiro para o fornecimento de satélites e para a vigilância de fronteiras. Cerca de metade da receita da divisão de defesa da Embraer é gerada pelo Brasil, disse Schneider.
Como parte das negociações de pagamento com a Embraer, o governo deverá reduzir um programa de modernização das aeronaves existentes e retornar aos pagamentos regulares destinados a programas estratégicos como o KC-390, disse Schneider.
FONTE: InfoMoney – EDIÇÃO: Cavok
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