"A construção pela China de ilhas artificiais no Mar da China Meridional aumenta tensão na região", ressaltou o secretário adjunto de Estado para a Ásia Oriental e Pacífico, Daniel Russell, em uma audiência perante o Comitê de Relações Exteriores do Senado.
Um dia antes o Pentágono sugeriu que a Casa Branca mande os aviões militares e navios para estas ilhas artificiais nas águas disputadas. O secretário de Defesa dos EUA, Ashton Carter, encarregou peritos para estudarem uma opção de entrada dos aviões e navios de vigilância eletrônica nas águas que rodeiam o arquipélago Spratly. Esta é uma ameaça mais evidente dos EUA de "estabelecer a ordem" no Mar da China Meridional e "ajudar os aliados". Em primeiro lugar, para ajudar as Filipinas que reclamam seu direito a uma série de ilhas e recifes, onde a China, de acordo com o Pentágono, está construindo uma pista de decolagem e pontos de embarcação para os navios militares.
Isso é um sinal de Washington a Pequim indicando que os EUA não deixam de participar na disputa das águas. Desta vez a sua intervenção é mais dura e clara, afirma o especialista Aleksander Larin:
"É muito provável que isto esteja relacionado com os exercícios conjuntos da China e da Rússia no Mar Mediterrâneo. Navios chineses chegaram a Novorossiysk, participaram lá do Dia da Vitória. Daqui a pouco os navios de ambos os países entrarão no Mar Mediterrâneo. E os EUA consideram-no como "seu", como "o mar da OTAN". E os exercícios no "seu" mar é um evento extremamente desagradável. Eles podem tratá-los como um tapa na cara. Por isso os americanos querem responder à China de uma maneira simétrica — mandar seus navios e aviões para a zona muito tensa. É pouco provável que o aumento de tensão resulte em qualquer confronto real. Acho que os militares de ambos os países vão observar as manobras à distância".
Os EUA declararam estar preparando uma operação militar no Mar da China Meridional. Isso foi feito imediatamente depois da Parada da Vitória em Moscou onde participaram militares da China e da Índia. O especialista em geopolítica Konstantin Sokolov chamou atenção a este fato. Na sua opinião, os Estados Unidos responderam assim à demonstração de força e fortalecimento do bloco dos BRICS que se tornou agora um contrapeso geopolítico para o Ocidente:
"O Ocidente já não pode manter a sua política independentemente dos outros parceiros. Todo o cenário geopolítico mudou e o mundo deixou de ser unipolar. O Ocidente deve reconsiderar a sua visão da ordem mundial. Vai levar muito tempo para os EUA desenvolver uma nova estratégia e reagrupar as forças. Então, agora a pressão dos EUA sobre a China será política e psicológica".
Os EUA estão prontos para intervir no conflito do Mar da China Meridional. Mas este tipo de pressão sobre Pequim não vai trazer nenhum resultado. Os chineses vão defender os seus interesses nas águas do Mar da China Meridional em qualquer caso. Tanto mais que a China tem um parceiro fiel que é a Rússia.
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