Devido a restrições de espaço, o HAL Tejas não poderá receber equipamento de guerra eletrônica (EW) a bordo, disse o Controlador e Auditor Geral (CAG – Comptroller and Auditor General) da Índia ao Parlamento.
O projeto da Aeronave de Combate Leve da Índia, com mais de três décadas, recebeu severas críticas do CAG, dizendo que sua versão Mark I tem 53 “deficiências significativas” que reduziram as suas capacidades operacionais, bem como a capacidade de sobrevivência.
Não só isso, a IAF seria “constrangida” se aceitar o caça sem um modelo de treinador, “impactando negativamente o treinamento de pilotos”, relatou o CAG ao Parlamento.
O CAG também relatou que devido ao atraso na fabricação e fornecimento do Tejas, a IAF teve de optar por medidas temporárias alternativas, como a modernização da sua frota de aviões MIG-21 Bis, MiG-29, Jaguar, e aviões Mirage a um custo de Rs 20.037 crore (US$ 3,71 bilhões) e rever a retirada progressiva dos MiG-21.
“O LCA Tejas Mark-I, que alcançou a capacidade operacional inicial (Initial Operational Clearance– IOC), em dezembro de 2013, tem 53 deficiências significativas. Como resultado, a aeronave terá reduzidas capacidades operacionais e de sobrevivência, assim, limitando a sua empregabilidade operacional quando introduzida nos esquadrões da IAF”, conforme o relatório.
Listando as deficiências, o CAG disse que o Tejas Mark-I não é capaz de cumprir as capacidades de guerra eletrônica da IAF. O pequeno jato não poderá receber um Jammer de autoproteção orgânico devido a limitações de espaço. Não obstante, o RWR (receptor aviso radar) montado na aeronave tinha levantado preocupações de desempenho. Espera-se que as deficiências do Mark-I, como aumento de peso, diminuição da capacidade interna de combustível, proteção do sistema de combustível, proteção ao piloto, velocidade reduzida, dentre outras coisas, sejam superados no modelo Mark-II.
“O Mark-I não cumpriu os requerimentos operacionais (ASR – Air Staff Requirements). As deficiências devem ser sanadas com o Mark-II até Dezembro de 2018,” disse o CAG.
O Tejas sempre foi ‘vendido’ com uma imagem que o apresentava como uma aeronave desenvolvida localmente e com conteúdo nacional de 70%, mas na realidade esse percentual é de apenas 35%.
Sistemas como o motor Kaveri, Radar multi modo, Radome, Display multi funcional e atuadores de voo não puderam serem desenvolvidos localmente com sucesso, resultando em dependência de importação desses sistemas. A IAF tinha proposto no início de 1980 que uma nova aeronave fosse desenvolvida localmente para substituir ao longo da década de 1990 sua frota de caças MiG-21, fabricados entre 1966 e 1987.
O projeto para a concepção e desenvolvimento do LCA (Light Combat Aircraft – aeronave de combate leve) foi sancionado em 1983 a um custo inicial de Rs 560 crore (US$ 103,7 milhões), que foi reforçado por seguidos aportes até Rs 10.397,11 crore (US$ 1,93 bilhões).
O governo em junho de 1984, constituiu uma Agência de Desenvolvimento Aeronáutico (Aeronautical Development Agency -ADA) como uma instituição dedicada para a gestão do projeto LCA.
Em outubro de 1985, a IAF emitiu um Requisito Aeronáutico (Air Staff Requirement – ASR) definindo as bases para um caça leve multifunção com capacidade secundária de apoio aéreo ofensivo e excelente manobrabilidade para o combate aéreo aproximado em altitudes baixas e médias.
O requisito era para 220 unidades, sendo 200 caças e 20 treinadores a serem introduzido nos esquadrões da IAF em 1994. No entanto, a aeronave só alcançou a capacidade operacional inicial (Initial Operational Clearance – IOC) em dezembro de 2013, na qual a data prevista era para ser dezembro de 2005!
A capacidade operacional plena (Full Operational Clearance – FOC), que estava prevista para ser concluída até dezembro de 2008, está agora prevista para ser alcançada até dezembro de 2015, embora especialistas digam que está poderá ser adiada.
O CAG também apurou que foi um erro da ADA a construção de protótipos que claramente demonstravam serem incapazes. A fim de poupar recursos e recuperar o tempo perdido, a ADA não conseguiu nenhum e nem outro. Para aumentar os problemas, o longo período de gestação levou a uma mudança de sistemas de armas no LCA, sendo necessária a aquisição de novas.
O CAG relatou que as instalações da HAL atualmente só são capazes de produzir quatro aeronaves por ano, contra a exigência prevista de oito, devido a atrasos na aquisição de ferramental e também na construção de hangares de produção.
O CAG enfatizou sobre a necessidade de uma gestão mais eficiente de planejamento e execução de programas de desenvolvimento de aeronaves. Prazos realistas devem ser definidos pelo MD enquanto aprovação para tais projetos do governo e que o mesmo deve ser respeitado durante a sua execução com um planeamento coordenado e um mecanismo eficaz de monitoramento.
FONTE: India Times – Tradução e edição: CAVOK
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