O presidente russo, Vladimir Putin, acusou os Estados Unidos de apoiar o terrorismo internacional e de ter incitado o conflito no Cáucaso do Norte, no início do século.
«O nosso Serviço Federal de Segurança (FSB pelo seu acrónimo em russo) interceptou contatos diretos entre os representantes da Inteligência dos Estados Unidos e militantes no Cáucaso do Norte e no Azerbaijão», revelou Putin num documentário intitulado «O Presidente», que foi transmitido domingo, no canal de televisão Rossiya-1.
Durante a entrevista, o apresentador Vladimir Solovyov procurou destacar os eventos mais importantes da história moderna do país durante os 15 anos de Putin no poder, desde 26 de abril de 2000, quando ele se converteu em presidente do país.
Putin aduziu que leu vários documentos capturados e ouviu as conversas interceptadas entre os terroristas internacionais que diziam : «Este é um momento histórico único», ou, «Temos a oportunidade de arrancar o Cáucaso à Rússia (…) Agora ou nunca».
Só não se sabia quando, e como, iam eles materializar o seu plano, indicou Putin, acrescentando de seguida que isso significava que a Rússia era uma potência nuclear.
Ele recordou que após o agravamento da situação no Cáucaso do Norte, muitos presidentes e vários dos seus colegas, e, responsáveis russos, o tinham advertido que a Rússia deixaria de existir com as fronteiras atuais.
O presidente russo acrescentou que tais descobertas do FSB foram transmitidas pelo Kremlin à Casa Branca, no entanto, adiantou, 10 dias mais tarde, a Inteligência russa recebeu uma carta das autoridades norte-americanas confirmando que eles iriam continuar os seus contatos com opositores russos nessa zona.
«Nunca, ninguém, seja em que situação fôr, deverá tentar resolver um problema político de curto prazo, ou materializar objetivos geográficos, através do terrorismo, porque se o apoia num único sítio que seja, ele emerge noutro golpeando os seus patrocinadores da véspera», assegurou.
Interesses geopolíticos
Putin disse que esperava que o Ocidente tratasse de forma diferente os outros países após a queda da União Soviética, no entanto, acrescentou que a visão não mudou. «Existem interesses geo-políticos que não estão conectados com nenhuma religião», acrescentou.
Não obstante, adiantou, «os nossos parceiros» deviam considerar a realidade que um país como a Rússia «não vai ceder nos seus interesses geo-políticos».
O Exército russo
Aludindo à situação no Cáucaso do Norte, Putin agradeceu aos militares do Exército russo pelos sacrifícios que fizeram durante a luta que o país travou contra o terrorismo no início do século XXI.
Acrescentou que, sem a sua industria militar, sem a resistência do Exército e das forças voluntárias, a Rússia jamais poderia ter superado os problemas criados pelo terrorismo internacional.
Adesão da Crimeia à Rússia
Quanto à adesão da península da Crimeia à Federação da Rússia, através de um referendo realizado a 16 de março de 2014, Putin deixou claro que Moscou não podia abandonar os Crimeenses que queriam voltar ao seio da Rússia.
Os habitantes da Crimeia, prosseguiu, não desejavam ser regidos pelas novas autoridades de Kiev, que são extremistas nacionalistas.
«Creio que fizemos o melhor e não me arrependo de nada», disse ele.
Legislação russa e internacional
O chefe de Estado da Rússia está convencido que o país não violou nenhuma lei e que está atuando de acordo com «as regras do jogo», quer dizer com o direito internacional, com as Nações Unidas, e tudo o que está relacionado com este organismo internacional.
Mas, acrescenta, os responsáveis e os especialistas em política e economia de alguns países só «nos querem calados e na miséria», e, uma vez que assumimos a defesa dos «nossos interesses», eles vêem-nos sob um ângulo de «rivalidade geo-política».
Sanções, uma ferramenta para conter a Rússia
Putin afirma que as sanções visam conter a Rússia, mas, ao mesmo tempo, ressalta que o país tem assistido a tais tentativas ao longo da história, «não há nada novo com que nos devamos preocupar».
Tradução Alva
Fonte HispanTV (Irã)
Oriente Mídia
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