A Rússia possui o direito de colocar armamentos nucleares na Crimeia, tal como em qualquer outra região do país, disse nesta segunda-feira o diretor do Departamento para Assuntos de Não-Proliferação e Controle dos Armamentos do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Ulianov.
"A Rússia, sem dúvida nenhuma, detém o direito de colocar, caso seja necessário, as suas armas nucleares em qualquer lugar no seu território nacional, inclusive na península da Crimeia", declarou Ulyanov.
O responsável russo contestou assim uma declaração do chanceler da Ucrânia, Pavel Klimkin, que disse em meados de maio que a presença de armas nucleares russas na Crimeia constituiria "a violação mais séria pela Rússia das obrigações internacionais".
O Ministério da Defesa da Rússia tinha divulgado planos de deslocamento, para a Crimeia, de dez aviões portadores de mísseis Tu-22M3, capazes também de transportar ogivas nucleares. Os EUA manifestaram a sua preocupação pela eventual colocação de armas nucleares russas na península. No entanto, o ministério russo não fez ainda qualquer anúncio sobre a deslocação de armas nucleares para a Crimeia.
Mikhail Ulianov explicou que a posição de Klimkin é inconsistente:
"Ele considera a Crimeia como parte do território ucraniano e, por isso, acredita que a deslocação para lá de armas nucleares russas iria prejudicar o estatuto não nuclear da Ucrânia. É uma posição interessante, que pode ser vista até como um aceno para os EUA, e também à Bélgica, Alemanha, Itália, Holanda e Turquia, que têm armas nucleares estadunidenses instaladas nos seus respectivos territórios. Segundo a lógica do ministro ucraniano [Klimkin], isso constitui uma violação do estatuto não nuclear destes países europeus. Eu não vou desmenti-lo, mas direi que o caso da Crimeia é diferente".
A Crimeia e a cidade autônoma de Sevastopol, situada nesta península, tornaram-se parte do território russo depois do referendo realizado em 16 de março de 2014. A maioria dos participantes votou a favor da reunificação com a Rússia. Porém, as autoridades da Ucrânia continuam reclamando este território.
br.sputniknews
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