A Índia e a Suécia estavam em negociações no dia de hoje, adicionando mais um capítulo a novela do malfadado MMRCA.
A Saab ofereceu a produção local do seu monomotor Gripen. O ministro da Defesa sueco, Peter Hultqvist, manteve conversações com líderes do governo indiano em Nova Deli, e deve se reunir com o ministro da defesa indiano, Manohar Parrikar, nesta quarta-feira (10) para retomar as negociações de de defesa depois de quatro anos.
Como a Índia permite que até 49% seja de participação estrangeira no setor de defesa, a Suécia está vislumbrando a Índia como uma base de fabricação.
Um oficial do Ministério da Defesa disse que os suecos tinham mostrado interesse em uma variedade de equipamentos militares, não apenas aeronaves, incluindo estaleiros na Índia, onde a próxima geração de navios de guerra e submarinos serão construídos para a marinha.
“Eles estão muito interessados em abrir uma fábrica aqui”, disse o oficial, que pediu para não ser identificado.
A Saab não quis comentar sobre a sua oferta de aviões de combate, dizendo que prefere esperar pela Índia.
Entre 2010 e 2014, a Índia foi o maior comprador de armas do mundo, de acordo com o Instituto de Pesquisa para a Paz Internacional de Estocolmo, importando três vezes mais armas do que a China, comprando armas suficientes para uma guerra em duas frentes, incluindo o Paquistão.
Bem como a França e a Suécia, os EUA tem sido ativo na Índia, e foi um dos três principais fornecedores de armas nos últimos anos, num claro desafio ao tradicional domínio da Rússia.
Modi prometeu reduzir a dependência da Índia em matéria de importações de armas, dizendo que isso enfraqueceu a sua autonomia estratégica, e prometeu construir uma planta industrial para satisfazer as necessidades nacionais.
Vacilo Francês
Uma razão para a venda dos 126 caças Rafale da Dassault para a Índia não ter se concretizado, foi que a empresa francesa e a estatal Hindustan Aeronautics – HAL – não concordaram com os termos da fabricação local (108 unidades) na Índia.
A Saab disse aos militares indianos que a empresa tinha feito o trabalho de base para construir o Gripen na Índia.
“Nós já temos um plano para nossas aeronaves na Índia”, disse um ex-embaixador na Índia. “Nós temos todos os projetos para uma fábrica… e nós também temos planos para os sub-empreiteiros”, disse ele.
A Força Aérea da Índia diz que suas necessidades são de 42 esquadrões para enfrentar a ameaça de rivais nucleares como o Paquistão e a China, mas por causa de anos de atrasos e restrições no orçamento, atualmente são apenas 34 esquadrões, cada um com 18 aeronaves.
A principal razão é que o Tejas, destinado a formar a espinha dorsal da força aérea, está longe da conclusão, 32 anos depois de ter sido proposto.
A Saab ofereceu-se para ajudar no desenvolvimento da versão mais recente do Tejas.
O Ministro da Defesa, Parrikar, disse ao Parlamento em março, que os parâmetros do LCA (Light Combat Aircraft) foram melhores do que os concorrentes estrangeiros em termos de impulso e velocidade. Apenas uma aeronave teve um desempenho melhor, que foi justamente o Gripen, disse ele, embora custe muito mais que o Tejas.
“Não há como o governo abandonar o LCA, será um suicídio político”, disse o reformado vice-marechal do ar, Manmohan Bahadur. “Eles poderiam, no entanto, procurar apoiá-lo (a partir de fontes externas)…”
FONTE: F.Business – Tradução e edição: CAVOK
IMAGENS meramente ilustrativas: Richard Calver; Ismael Jordá; 24heures;
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