A Rússia atualizou a estação de sistemas opticoeletrônicos Okno-M que mantém no Tadjiquistão. O conjunto de equipamentos para detectar objetos espaciais está operando em sua capacidade máxima, o que o tornou quatro vezes mais potente, segundo anunciou o Ministério da Defesa russo em seu site.
A estação de Okno-M é parte integrante da rede de vigilância do espaço do Comando Espacial das Forças de Defesa Aeroespacial da Rússia. O sistema foi submetido com sucesso a testes no final de 2014. Sua tarefa é recolher informações sobre objetos espaciais e monitorar equipamentos no espaço, incluindo aqueles em órbita geoestacionária, a uma distância de 120 a 40.000 km da Terra.
O sistema recém-desenvolvido, projetado completamente na Rússia, passou por um “aumento das capacidades de detecção, melhor capacidade de canal e uma ampla gama de características para o processamento de dados de objetos espaciais”, conforme destacou o comunicado do Ministério da Defesa. As capacidades do complexo modernizado são quatro vezes maiores que as de seu antecessor.
A estação de opticoeletrônicos rastreia objetos espaciais exclusivamente à noite. A luz solar é refletida dos objetos, que fornece ao sistema as informações necessárias. Sendo totalmente automatizado, Okno-M tem a capacidade de operar mantendo o controle dos objetos previamente gravados e recém-detectados. Quando o sistema está em modo passivo, o seu consumo de energia é relativamente baixo (requer tanta eletricidade quanto um bloco de apartamentos de 150 unidades).
A construção da estação anterior, Okno (que significa “janela”, em russo), um dos elementos-chaves da inteligência espacial russa, começou em 1980 na zona de céu claro das montanhas de Pamir, perto da fronteira com o Afeganistão, a uma altura de 2.200 metros acima do nível do mar. Durante os últimos anos da Guerra Fria, acreditava-se que o complexo era uma arma a laser antissatélite secreta soviética.
Como consequência da guerra civil no Tajiquistão, a construção do local foi interrompida em 1992. A estação só se tornou operacional em 1999 em modo de teste e, em 2004, em modo de combate. Desde 1999, Okno detectou mais de 10 milhões objetos espaciais, encontrando cerca de 5.000 novos objetos espaciais de alta orbitais e monitorando 560 inserções em órbita de naves espaciais, além de registrar mais de 200 manobras de veículos espaciais de outros países. Além disso, os operadores do sistema participaram da avaliação de 25 situações de emergência nacionais e estrangeiras.
Nos próximos quatro anos, uma boa quantidade de novos sistemas laser-ópticos e eletrônicos para a detecção de objetos espaciais será construída pela Rússia (por objetos espaciais, as forças armadas entendem satélites militares estrangeiras, outras espaçonaves, bem como lixo espacial e objetos astronômicos naturais).
Em 2014, as Forças de Defesa Aeroespacial da Rússia começaram a operar uma série de unidades laser-ópticas e de engenharia de rádio de superfície especializadas em identificar objetos além da atmosfera terrestre. Estes sistemas facilitaram a expansão da capacidade russa de coleta de informações de vigilância do espaço, incluindo um aumento de duas a três vezes da observação de objetos significativamente menores.
As Forças de Defesa Aeroespacial foram criadas em 1º de Dezembro de 2011, para monitorar o espaço aéreo russo. Espera-se que dez ou mais complexos especializados em monitorização espacial sejam implantados até 2018 no sul da Rússia, na Sibéria e no Extremo Oriente do país.
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