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quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Compra do ‘Siroco’ arranca gestão Leal Ferreira da letargia mas deixa militares sob o cabresto do ministro petista da Defesa

Débarquement amphibie à NAQOURA
O “Siroco” com a rampa da doca aberta

A notícia de que a Marinha do Brasil provavelmente receberá da França um navio de desembarque-doca de 12.000 toneladas construído há pouco mais de 15 anos (relativamente novo, portanto), apto a operar qualquer um dos helicópteros da Força Aeronaval e com capacidade para transportar uma tropa de até 900 fuzileiros navais completamente equipados (se a travessia não for muito longa), é a melhor e mais importante novidade dos primeiros 181 dias da administração do almirante Eduardo Leal Ferreira – comandante que assumiu a Força em meio à mais grave crise econômica da Era petista.

Mas é preciso conhecer os bastidores dessa aquisição para informar adequadamente o público civil, que com os seus impostos financia o aparelhamento das Forças Armadas.

O navio francês Siroco não está sendo comprado pela Marinha do Brasil, mas pelo Ministério da Defesa brasileiro.

E isso não é a mesma coisa? Não, não é.

Ao reduzir a um mínimo os recursos dos Comandos Militares, sob a justificativa de que tal medida constitui consequência indesejável – mas inevitável – do ajuste fiscal, e reservar à sua equipe a prerrogativa de obter ajudas pontuais do Ministério da Fazenda para satisfazer uma ou outra necessidade da área militar, o Ministério petista da Defesa coloca um cabresto nas Forças Singulares. Mais: ele se unge como o salvador dos Institutos de terra, mar e ar, o garantidor das suas capacidades e da sua operacionalidade – e, por conta disso tudo, merecedor do melhor chaleirismo…

Parcelamento – Foi precisamente com esse espírito – de funda gratidão (bajulação?) – que a Marinha do Brasil decidiu escolher, para rebatizar o Siroco, o nome da terra natal do ministro Jaques Wagner: Bahia…

Sirocodue
Navio francês pode transportar carga no convoo de ré

A negociação em torno do navio só ganhou impulso depois que a Marinha da França concordou em baixar o preço que, em dezembro passado, havia pedido aos almirantes brasileiros pelo barco: 80 milhões de Euros.

A conclusão da operação comercial ainda depende do acerto de detalhes relativos ao pagamento, mas é bom lembrar que o Foudre, navio da mesma classe que o Siroco (embora não do mesmo estágio tecnológico, já que é oito anos mais antigo), custou à Marinha do Chile 60 milhões de Euros.

É possível que os franceses tenham reduzido o preço do Siroco ao nível do valor pedido pela embarcação que os chilenos redenominaram Sargento Aldea – ou até abaixo dele.

Mas a pedra de toque da negociação petista foi obter que o vendedor concordasse com um pagamento “a perder de vista” – comenta-se que em 60 suavíssimas prestações (o que poderia significar “parcelinhas” de um milhão de Euros, ou R$ 3,87 milhões, cada uma).

Em face de o contrato de aquisição do Siroco não ter sido ainda redigido, todos esses detalhes ainda são considerados “classificados” (secretos).

E Jaques Wagner, é bom que a imprensa independente (não a chapa branca, das entrevistas por e-mail) saiba, não está para brincadeiras.

Wagnerhelicoptero
Ministro petista da Defesa baixou portaria restringindo a circulação de informações sobre os assuntos de sua Pasta

Ainda nesta quarta-feira (05.07), ele assinou a portaria normativa nº 1.688/MD que “Aprova a Política de Segurança da Informação e Comunicações da Administração Central do Ministério da Defesa e dá outras providências” – 13 páginas que refletem a conhecida vocação de vários setores do Partido dos Trabalhadores para antagonizar o livre exercício da imprensa.

Capitânea – A provável aquisição do Siroco pelo Brasil gera, entretanto, outras avaliações.

E uma delas sugere que, em função da chegada do barco francês, a sugestão contida na carta que o almirante da reserva Jamil Meron Filho (um reputado especialista em logística naval), assessor militar da direção da Andrade Gutierrez Defesa e Segurança, dirigiu ainda no primeiro semestre ao almirante Leal Ferreira, para que a Marinha adquira um navio de desembarque-doca sul-coreano da classe Makassar, repouse, agora, no fundo do oceano.

Outra avaliação derivada do negócio com o Siroco aconselha que se preste atenção aos efeitos que a compra desse navio possa ter sobre o chamado programa de modernização do porta-aviões São Paulo – serviço atribuído ao grupo naval francês DCNS que, como se sabe, não agrada ao almirante Leal Ferreira por causa do seu alto valor. E, precisamente por causa disso (ou dele), vem sendo deixado em estado de hibernação.

Com o Siroco a Marinha passa a ter uma plataforma que permite embarcar até quatro helicópteros de porte médio, ampliando a capacidade de adestramento da Força Aeronaval.

SPboa
Parado no Rio, o porta-aviões São Paulo aguarda uma decisão acerca de sua modernização

De acordo com oficiais ouvidos por esta coluna, isso pode, em tese, reduzir a pressão de parte dos pilotos navais pela modernização do São Paulo. Mas, claro, o Siroco não resolve o problema da aviação de caça da Marinha, que precisa de um porta-aviões.

O que parece certo, é que enquanto o São Paulo estiver fora de operação – passando por manutenção ou modernização – ele pode ceder o posto de navio-capitânea ao novo navio anfíbio multipropósito (NAM) Bahia, pois o barco francês possui instalações capazes de abrigar o Comando da Esquadra.

Mais importante ainda do que isso: em uma possível retirada do NAe São Paulo do serviço ativo, o NAM Bahia poderia assumir, definitivamente, o posto de navio-capitânea da Esquadra.

Siroco delado
Com o “Siroco”, a frota brasileira já conta com um substituto natural para o porta-aviões “São Paulo” no posto de navio-capitânea da Esquadra…

Plano Brasil

Um comentário:

  1. Uma pequena correção. O estado natal de Jaques Wagner não é a Bahia! JW nasceu, estudou, se formou e começou a vida política dele no Rio de Janeiro.

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