Manifestações foram realizadas para que a verdade sobre a morte de Nisman fisse revelada
Argentina foi informada de existência de depósitos em NY endereçados a Alberto Nisman; autoridades dos países apuram se houve suborno e lavagem de dinheiro
O promotor Alberto Nisman, encontrado morto em seu apartamento em janeiro, está sendo investigado por suposta lavagem de dinheiro e suborno por autoridades da Argentina e dosEstados Unidos, afirmou o juiz Rodolfo Canicoba Corral, responsável pela investigação, em declarações à rádio Del Plata nesta segunda-feira (24/08).
Nisman foi encontrado morto com um tiro na cabeça na véspera de sua apresentação no Congresso, onde denunciaria a presidente do país, Cristina Kirchner, por suposto encobrimento de iranianos no atentado terrorista contra o centro judeu Amia em 1994, que deixou 85 mortos e 300 feridos.
Após sua morte, foi descoberta uma conta não declarada no banco Merrill Lynch de Nova York e, segundo o juiz, nos Estados Unidos, Nisman está sendo investigado por “possível suborno já que ele era um funcionário público e esses recursos não aparecem justificados por sua atividade lícita”.
Tratam-se, de acordo com Corral, da quantia de US$ 666.690 não declarada e depositada entre setembro de 2012 e agosto de 2014 e denunciada pelos Estados Unidos às autoridades argentinas. “A origem desse dinheiro é que faz com que os Estados Unidos estejam investigando os titulares e o procurador por lavagem de dinheiro e suborno”, explicou o juiz, que acrescentou: “Aparece uma série de depósitos sem justificativa, com quantias muito importantes”.
Entre esses depósitos está um feito pelo financista Damián Stefanini, desaparecido desde 2014 e investigado por um suposto ajuste de contas e atividades ilícitas, além de outro depósito por Claudio Picón, suspeito de ser agente secreto e cuja empresa era dona do carro de luxo que Nisman utilizava. No cofre do promotor foi encontrado uma confirmação de depósito de 200 mil feita por Picón, razão pela qual ele também está sendo investigado.
Corral acrescentou que os demais depositantes estão sendo investigados pela Justiça e são argentinos e israelenses.
Além disso, na conta também figuram como titulares a mãe do promotor, Sara Garfunkel, sua irmã, Sandra Nisman e Diego Lagomarsino, até o momento único investigado por sua morte por ter supostamente entregue a Nisman a arma que o matou.
Opera Mundi
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