Um despacho da agência de notícias TASS desta segunda-feira (10.08), dá bem a ideia de por onde vão os planos de reconstrução da Esquadra russa.
Citando um porta-voz da Corporação de Estaleiros Unidos (OCK, na sigla em russo), a nota informa que o porta-aviões que o Ministério da Defesa de Moscou aprovou para ser construído na próxima década – tratado como Projeto 23000E Tempestade – terá entre 80.000 e 85.000 toneladas, carregará 70 aeronaves e precisará, forçosamente, ser impulsionado por grupo propulsor movido a energia nuclear.
O programa é tão ambicioso que os russos não o tratam como a simples empreitada de um novo navio-aeródromo, e sim como a iniciativa de construção de um “complexo transportador de aeronaves navais” (naval aircraft-carrying complex).
O Projeto 23.000 ainda está na fase de transposição para o papel do conceito definido pelos chefes navais russos, mas no Ocidente já circula a imagem de um navio bastante largo, com duas ilhas, duas catapultas e um convés de voo incrivelmente grande – dotado de quatro áreas de estacionamento para aeronaves (em ambos os bordos).
O “Tempestade” possuirá duas catapultas e propulsão a energia nuclear
A definição dessas linhas está a cargo do Birô de Design Nevskoye, que leva em consideração três requisitos básicos apresentados pela Marinha local: grande faculdade de gerar força de propulsão; expressiva capacidade de o navio permanecer no mar sem precisar retornar à base; e um inédito raio de ação – todas diretrizes que convergem para a solução da energia nuclear.
Ainda de acordo com o informante da agência TASS, o Birô Nevskoye tem pensado nesse conceito revolucionário e ambiciosíssimo de navio-aeródromo durante os últimos oito anos. E agora chegou o momento de reproduzi-lo no papel. Mas pelos próximos dois anos não há previsão de que o projeto receba recursos.
A estimativa é de que o primeiro navio do programa 23.000E possa custar algo em torno dos 5,5 bilhões de dólares (aí incluídos os custos de dez anos de desenvolvimento do projeto).
Meses atrás, o CEO do Birô Nevskoye, Sergey Vlasov, já admitira para a Tass que a Marinha russa poderia optar por dois tipos de navios-aeródromos: um de propulsão nuclear e até 85.000 toneladas de deslocamento, apto a carregar até 70 aeronaves, ou um navio menor, entre 55.000 e 65.000 toneladas, de motorização convencional e espaço para transportar entre 50 e 55 aeronaves.
Cartaz do Birô Nevskoye que anuncia a próxima geração de super-carriers russos; o desenho retrata um porta-aviões bem largo, mas nele as duas ilhas já não aparecem…
Plano Brasil
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