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quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Venda de armas para o Iraque: Comdefesa diz a embaixador em Bagdá que indústria está pronta para exportar

embaixador no IraqueotimaO novo embaixador brasileiro em Bagdá, Miguel Júnior França Chaves de Magalhães, assumiu seu posto no dia 13

O diretor titular adjunto do Departamento da Indústria de Defesa da Fiesp (Comdefesa), Sérgio Vaquelli, e o também diretor José Carlos Carvalho, disseram ao novo embaixador do Brasil em Bagdá, Miguel Júnior França Chaves de Magalhães, um cearense de 60 anos, que a indústria de Material de Defesa brasileira está pronta para exportar para o Iraque, e precisando urgentemente de novos mercados para ampliar seu faturamento.

O encontro dos três aconteceu no âmbito de uma reunião mais ampla, havida na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo no último dia 5, na qual o diplomata foi recepcionado por oito representantes da direção da entidade – grupo que contou com a presença da coordenadora de Relações Exteriores, Comércio e Promoção de Investimentos da Fiesp, Carla Rossetti.

Chaves de Magalhães assumiu seu posto na capital iraquiana no último dia 13 – quinta-feira da semana passada –, 24 horas depois de o ministro da Defesa do Brasil ter encerrado uma rápida visita à cidade, para manter uma reunião de trabalho com seu colega do Iraque, Khaled al-Obeidi – conforme, informou, com exclusividade, a coluna INSIDER, na noite de anteontem.

Chaves de Magalhães não figurou na comitiva oficial que acompanhou Jaques Wagner no encontro com Al-Obeidi, na noite do dia 11, mas assistiu ao evento, que aconteceu na sede do Ministério da Defesa local, na condição de observador.

Os iraquianos lutam por sua sobrevivência, já que largas áreas da parte norte de seu país são controladas pelos terroristas do Estado Islâmico (EI). Nessa situação, os militares do Iraque demonstram interesse pelos veículos lançadores de foguetes terra-terra do Sistema Astros 2, fabricados pela companhia paulista Avibras, e pelos aviões de ataque ao solo Embraer A-29 Super Tucano, entre outros equipamentos.

Sigilo – Em Brasília a viagem-relâmpago de Wagner ao Iraque é tratada da forma mais sigilosa possível. A Assessoria de Comunicação Social do gabinete do ministro foi instruída a ignorá-la.

Caso a Avibras concretize a venda de baterias do Sistema Astros, ela precisará montar uma base própria em território iraquiano, com o objetivo de treinar os operadores do Exército local e prover assistência técnica para o equipamento. As viaturas Astros disparam foguetes com alcances entre 30 km e 90 km.

Tudo isso, claro, envolve riscos, em um país cuja capital permanece ameaçada pelas incursões dos militantes do EI.

Esta coluna apurou que também o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, prepara uma visita ao Iraque – de pelo menos dois dias – em retribuição à viagem que seu colega iraquiano Ibrahim al-Jaafari fez ao Brasil na primeira semana de junho.

MauroVieiraAl-Jaafari
O chanceler brasileiro Mauro Vieira (à esquerda) com seu colega iraquiano, Al-Jaafari, em Brasília, na primeira semana de junho

O Brasil, que já chegou a comprar 70% do petróleo que necessitava do Iraque, hoje acumula um déficit importante na balança comercial dos dois países.

De acordo com os registros da Secretaria de Comércio Exterior (Secex, ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), ano passado o Brasil faturou apenas 226 milhões de dólares com as exportações feitas para o território iraquiano – em sua maioria, tubos de liga de aço, carnes, arroz, máquinas niveladoras, tratores, escavadeiras e motores.

Nos seis primeiros meses deste ano o resultado não foi muito melhor: 138 milhões de dólares.

Já os iraquianos venderam ao mercado brasileiro 1,04 bilhão de dólares em 2014, principalmente em petróleo. No primeiro semestre deste ano, porém, os envios caíram drasticamente, e somaram apenas US$ 157 milhões. Quase que a totalidade da pauta foi petróleo, mas, segundo os dados da Secex, o Brasil recebeu também naftas.

Viagem – Perante os diretores da Fiesp o embaixador relatou que o ministro da Defesa Jaques Wagner preparava uma viagem a Bagdá, sem fornecer maiores detalhes.

O diplomata disse que seu trabalho será “mapear, identificar as necessidades do mercado iraquiano e encontrar aqui [no Brasil] os provedores dispostos a suprir esse mercado”. Para Chaves de Magalhães o Brasil consegue vender alimentos como açúcar e frango a preços imbatíveis, mas também é possível aumentar o comércio em outras frentes, como na de bens de consumo duráveis e não duráveis. O dólar valorizado deve favorecer essa inserção.

Os diretores da Fiesp citaram as áreas agrolimentar, de máquinas, produtos de defesa e cooperação na área de ensino técnico, como algumas que podem interessar de imediato aos iraquianos.

An Avibras ASTROS-II SS-30 rocket is launched from an ASTROS SS-30 multiple rocket system mounted on the back of a Tectran 6x6 AV-LMU truck.  The display is part of a demonstration of Saudi Arabian equipment taking place during Operation Desert Shield.
Lançador de foguetes Astros 2 pertencente ao Exército da Arábia Saudita em ação

Eles admitiram para o embaixador que, no atual cenário de contenção de gastos, as indústrias paulistas não têm feito investimentos em missões internacionais.

O Brasil ficou sem embaixador em sua missão diplomática de Bagdá por mais de um ano. O último chefe de missão foi o paulista Ánuar Nahes, que, hoje, chefia o consulado-geral do Brasil em Montevidéu, no Uruguai.

Plano Brasil

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