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sábado, 12 de setembro de 2015

A França tenta travar a implementação militar russa na Síria


A Rússia prossegue a preparação da sua colocação militar na Síria [1]. Equipes sírias afadigam-se dia e noite para expandir o aeroporto de Lataquia, e construir aí uma nova pista e hangares para os aviões russos. Respondendo aos jornalistas à margem do Fórum Vladivostoque o presidente Putin confirmou as suas intenções, ao mesmo tempo que precisava que era ainda muito cedo para evocar essa implementação [2].

Com toda a probabilidade, a Rússia deverá anunciar a sua entrada na guerra contra o Daesh, a pedido da Síria, antes do fim de setembro. É pouco provável que as forças aéreas russas possam ser coordenadas com as da coligação conduzida pelos Estados Unidos. Assistiremos então a uma repartição de papéis, Moscovo bombardeando o conjunto dos jiadistas na Síria, sem intervir no conflito entre o governo e a sua oposição autóctone, enquanto Washington e os seus aliados se concentrariam, unicamente, no Emirado Islâmico («Daesh») no Iraque.

Desde há um ano, a Coligação anti-Daesh contentou-se em impedir os jiadistas de ganhar terreno, mas não procurou destruí-los. Bem pelo contrário, numerosos testemunhos atestam o lançamento (em para-quedas-ndT) repetido de armas para os jiadistas. No entanto, a Coligação parece ter mudado de estratégia em julho. Assim, ela bombardeou o Daesh e ajudou o Exército Árabe Sírio a defender Hasaka, matando cerca de 3 000 jiadistas.

A implementação russa contra o Daesh na Síria colocaria um fim ás ambições da França em derrubar a República.

O presidente François Hollande, que declarava a 25 de agosto a sua intenção de «neutralizar» o seu homólogo sírio [3], visa, pois, opor-se a isto. É preciso entender «neutralizar» no sentido militar do termo, isto é, eliminar do jogo mesmo que seja necessário matar.

É por isso que a França deverá anunciar, a 7 de setembro, a sua intenção de bombardear o Daesh na Síria, sem o acordo da República Árabe Síria. Os aviões franceses voariam, assim, em socorro da Frente Al-Nosra (al-Qaida), e entravariam a implementação militar da Rússia.

No entanto,no seio dos exércitos franceses, releva-se que a França já participou brevemente nas ações da Coligação na Síria, mesmo que esta participação tenha sido mantida secreta [4]. Mas assim que o presidente Hollande ordenou a retirada, Washington reagiu parando todo a partilha de informações. Por consequência, a França, que encerrou o conjunto das suas instalações na Síria desde o início da «Primavera Árabe», não dispõe, hoje em dia, de nenhuma informação sobre o que aí se passa e fala sobre um assunto sobre o qual ela ignora tudo. O estado-maior francês ressalta que precisará de semanas de observação antes de compreender a situação no terreno, e de poder iniciar bombardeamentos eficazes; um atraso que poderia reduzir a nada as ambições de François Hollande.

Tradução Alva \ Oriente Midia

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