Em um pronunciamento recente, o Comandante do “Air Force’s Air Combat Command” o Tenente General Herbert Carlisle, mencionou com preocupação o desenvolvimento alcançado pela China no seu mais novo míssil BVR, cujos testes foram executados em meados de Setembro.
O míssil, designado PL-15, foi relatado por Carlisle por possuir um sofisticado radar de busca e um novo sistema propulsor bem mais poderoso o qual o permite engajar alvos a distâncias iguais ou ainda superiores aos modelos empregados pelos caças dos Estados Unidos.
“Olhem para os nossos potenciais adversários que estão em desenvolvimento, coisas como o PL-15 e seu alcance de combate”,
foi o que disse Carlisle em um discurso no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais em Washington, DC, em 15 de setembro, data na qual a China supostamente testou o PL-15 pela primeira vez.
“Como é que vamos combater isso? e o que vamos fazer para sustentar a nossa supremacia aérea e responder a essa ameaça?”, Perguntou retoricamente Carlisle.
Informações ainda não confirmadas dão conta de que o míssil chinês possui um alcance superior aos modelosocidentais, segundo notas o PL-15 teria um alcance nominal máxima de 200 km ou 150 km em capacidade real de engajamento. O seu sistema de radar ativo é segundo as informações americanas, bem mais protegido contra ECM e seu novo motor lhe garante maior sustentação em fase terminal de engajamento.
Segundo Carlisle, “O desenvolvimento do PL 15 é um dos bons motivos para a USAF perder algumas boas noites de sono.”
No dia seguinte, revista Flight global publicou uma entrevista com Carlisle em que o Tem. Gal. ressaltou ainda mais o seu tom de preocupação, afirmando ser necessário desenvolver tecnologias e habilidades capazes de neutralizá-lo.
“É óbvio que o PL-15 é um míssil bastante sofisticado. O que é não claro é se o próprio míssil é realmente melhor que a arma principal ar-ar da América, o AIM-120, há poucas armas assim capazes no mundo”.
Segundo o Maj. Michael Meridith, um porta-voz do Comando de Combate Aéreo.
“Estamos interessados em uma ampla variedade de características operacionais deste míssil tais como a capacidade de carga, sistema de orientação, tipo de ogiva, portabilidade, orientação, resistência a contramedidas, confiabilidade / manutenção, velocidade, alcance, etc., que são diferentes com base no sistema de armas.
Considere que o J-11 é uma variante do icônico caça russo SU-27 Flanker e que este pode, com upgrades, transportar até 12 mísseis do tamanho do PL-15, além de dois mísseis menores e assim transportar um total de 14 armas sofisticadas.
Ele continua…
“Em comparação, o F 22 da Força Aérea dos Estados Unidos, o caça topo de linha transporta um máximo de seis mísseis AIM-120 e dois Sidewinder de curto alcance. Isso porque, desde a Guerra Fria, o design do caça americano enfatizou-se na sua capacidade furtiva, a discrição requer uma silhueta lisa, o que minimiza a reflexão das ondas de radar e isso significa manter as armas em compartimentos internos. Mas há menos espaço em uma baia interna que sob a fuselagem e asas, onde os caças chineses penduram suas munições. A Furtividade é uma vantagem em certas situações, mas em um confronto saturado isto pode resultar em um déficit de armas para os “furtivos”. No caso do F-22 contra os J-11, o déficit para o lado americano é de até seis mísseis por caça. Esta situação fica ainda pior. Devido ao seu alto custo, a Força Aérea dos EUA possui apenas 195 caças F-22.”
Meridith ressalta…
“A China possui nada menos que 300 J-11. A Força Aérea está confortável com a menor carga de armas do F-22 porque a capacidade do avião em evitar detecção deve torná-lo mais difícil de abater, desta forma nega parcialmente a vantagem do poder de fogo do inimigo. Mas há muito poucos caças F-22”.
A decisão do Pentágono em 2009 de encerrar a linha de produção do F-22 foi considerada por Carlisle como “O maior de todos os Equívocos”. Esta decisão comprometeu a vantagem Norte Americana sobre os militares chineses e outros inimigos potenciais, o Pentágono está comprando centenas de novos caças F-35 Joint Strike Fighters, porém ele ressalta que mesmo em sua configuração furtiva, o F-35 transporta até menos mísseis que o F-22, apenas dois AIM-120.
“Não é difícil imaginar o resultado de um confronto entre um esquadrão de caças Americanos em batalhas contra esquadrões chineses armados com sete vezes mais mísseis”.
Peter Goon, um analista da Air Power Austrália (Think tank) ressalta que
“O PL-15 é apenas uma das preocupações, talvez a maior pesadelo é o fato do F-35A JSF carregar apenas dois mísseis AIM-120 tal como indagou Carlisle.”
Diante deste cenário, não surpreende as recentes ofertas de empresa Americanas para conversão de caças mais antigos em plataformas de lançamento de mísseis, tal como o programa da Boeing para conversão de versões antigas do F15 capacitando-os a transportar até 16 Mísseis AIM 120.
No mesmo dia em que Carlisle lançou a preocupação com o novo míssil chinês, a Boeing propôs a adição de novas estações de armas para velhos F-15, dobrando a carga de armas e acrescendo-as em mais dois mísseis além da capacidade do J-11.
“É algo que sabemos ser de interesse para a Força Aérea”,
informou o vice-presidente da Boeing Mike Gibbons ao Flight global.
Ainda há cerca de 200 caças F-15 produzidos nos anos 70 e 80, eles não são furtivos como os caças F-22, mas como ressaltado por Carlisle,
“Ambos os caças poderiam juntar-se aos F-22s que agindo como um “quarterback”*,proveriam a detecção e seleção de alvos para os caças mais antigos”. “Agora que a China está desenvolvendo um míssil ar-ar que é pelo menos tão bom como os mísseis americanos, chegou a hora da USAF lançar-se a uma resposta”.
Ao que parece que a proposta da Boeing é a mais viável…
* Quarterback (QB) é uma posição do futebol americano. Jogadores de tal posição são membros da equipe ofensiva do time e atuam como lideres.
Fontes: Flight Global
Mil.huanqiu.com
Thedailybeast
Plano Brasil
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