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quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Pequim comemora derrota do Japão com grande desfile militar


O presidente chinês, Xi Jinping, saudou nesta quinta-feira a vitória de 1945 contra o Japão, que permitiu que a “China voltasse a ser um grande país no mundo”, ao dar início às cerimônias do 70º aniversário da capitulação, com um imponente desfile militar.
“A vitória na guerra contra o Japão tornou novamente a China um grande país no mundo”, declarou na Praça Tiananmen o presidente chinês, que anunciou uma redução de 300 mil homens no Exército Popular de Libertação (EPL), o maior do planeta.
“A China não buscará jamais a hegemonia, como também não busca sua ampliação. Nunca imporá sofrimentos trágicos a outras nações”.
“Anuncio aqui que a China reduzirá seus efetivos militares em 300 mil” homens, declarou Xi Jinping, que discursou do alto da Porta da Paz Celestial, onde Mao Tse-tung proclamou o nascimento da China Popular, em 1º de outubro de 1949.
Composto por 2,3 milhões de homens, o EPL sofreu importantes reduções de efetivos no passado, especialmente sob a presidência de Jiang Zemin, que priorizou sua modernização.
Xi Jinping presidiu um desfile militar na Tiananmen do qual participam mais de 12 mil soldados, 500 veículos e cerca de 200 aviões e helicópteros, símbolos do crescente poder da China no cenário internacional.
Os principais líderes das democracias ocidentais, especialmente o presidente americano, Barack Obama, e a chanceler alemã, Angela Merkel, declinaram o convite, do mesmo modo que o primeiro-ministro, Shinzo Abe.
O presidente Xi Jinping também é o chefe da Comissão Militar Central do Partido Comunista chinês (PCC) e sob sua direção a China modernizou suas Forças Armadas.
Segundo oficiais chineses, 84% dos equipamentos do desfile militar desta quinta-feira apareceram em público pela primeira vez, incluindo bombardeiros de grande raio de ação e vários tipos de mísseis, incluindo o balístico DF-21D, conhecido como “matador de porta-aviões”, que segundo especulações poderia modificar a relação de forças no Oceano Pacífico.
Uma porta-voz da diplomacia chinesa, Hua Chunying, disse que os comentários sobre o caráter agressivo do desfile correspondem a uma “mentalidade não muito brilhante”.
“As tropas chinesas são tropas para a paz”, declarou a porta-voz em entrevista coletiva, destacando que “quanto mais fortes, melhor poderão garantir a paz mundial”.
Quase mil soldados estrangeiros, incluindo um destacamento russo, participaram do desfile, presenciado pelo presidente Vladimir Putin, principal figura entre os líderes estrangeiros.
O presidente Xi Jinping assistiu em maio passado, em Moscou, um desfile similar, também ignorado pelos dirigentes ocidentais, devido à crise ucraniana.
A presidente sul-coreana, Park Geun-Hye, cujo país esteve sob o julgo do Japão, o presidente sul-africano, Jacob Zuma, e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, estavam entre os convidados.
O único representante das grandes diplomacias ocidentais presente no desfile é o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius.
A China organiza tradicionalmente um grande desfile militar a cada dez anos, mas coincidindo com o aniversário de sua fundação, no dia 1º de outubro de 1949.
O Japão, que invadiu a China em 1937, capitulou oficialmente há 70 anos em uma cerimônia ocorrida na baía de Tóquio, a bordo do encouraçado americano “USS Missouri”.
AFP \ Naval Brasil

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